segunda-feira, 5 de março de 2018

Concentração, cadê?

Eis um grande desafio em minha vida: manter o foco e a concentração! Minha mente vive lotada de pensamentos, de ideias, planos e projetos! E parece que, como um bonequinho de video game que pula de tijolinho em tijolinho, vai alternando seu foco, sem conseguir as vezes, concluir algumas das tarefas que deu início.

Agora mesmo, escrevo para tentar recuperar o foco. Estou de férias, num momento muito interessante, onde estou novamente em contato comigo mesmo. Olhando para mim, para dentro e para o universo particular que habita aqui dentro. E olhar tudo isso, causa uma dificuldade enorme para manter a concentração.

Acho que a terapia começa a dar sinais de sua ausência. Havia e ainda há mtas pontas soltas aqui dentro e me falta - em certa medida - o jeito para atá-las! Só me restar respirar fundo, acender um incenso, pegar uma garrafinha de água e abrir mais uma vez o texto delícia do Hobsbawn ou o complexo Bechara.

Espero que essa terapia escrita dê certo.

É isso!

domingo, 4 de março de 2018

Tem dias que...

Tem dias que tudo parece tão estranho não é mesmo? Sentimentos fora de ordem, pensamentos em confusão. Colocamos a casa em ordem pra ver se a bagunça interna se ajeita, mas nem mesmo a organização da gaveta por tipo e cor dá solução.

Tem dias que aquele vazio tão conhecido parece flertar de novo com o peito. Ameaçando se esgueirar por qualquer fresta aberta, ocupando o espaço do amor, do cuidado e da afeição. 

Tem dias que fica tudo tão estranho não é mesmo? Voltamos a um tempo de solidão e vazio que há muito não se manifestava por aqui. Será que é tempo de mudança? De novos rumos? Outros recomeços?

Tudo muito estranho, não é mesmo?

quinta-feira, 1 de março de 2018

O desafio da gratidão

Ser grato é um dos maiores desafios que eu tenho nessa vida. Cheguei a essa conclusão depois de, conversando com um amigo, relembrar uma das épocas mais difíceis da minha vida quando passava por um episódio depressivo que quase me custou a vida.

É uma época que raramente retomo, justamente por ser um momento doloroso quando questionei aquilo que tenho de mais precioso: a vida. E nessa conversa, acabei por perceber de uma maneira nova que foi a época na qual Deus esteve mais presente em minha vida.

Era o final da adolescência, quando as dúvidas rondavam minha mente na mesma proporção da ebulição dos hormônios. Tudo estava fora de escala e eu, dramático que sou, oscilava entre a comédia e a tragédia, sem meio-termo - como todo adolescente. Não bastasse a época já ser tipicamente turbulenta para nossa espécie, foi o momento que me deparei com duas realidades muito importantes (pelo menos para mim): a importância da fé em minha vida (na época achava que era a importância da instituição) e a inadequação diante da minha sexualidade (um jovem gay num meio evangélico). 

Essas duas dimensões da minha vida simplesmente não combinavam. Já era  um contexto melhor que outras décadas, mas, ainda não tínhamos avançado tanto nesse debate como hoje! Isso era 2004/2005 e pra ajudar ainda frequentava um colégio militar.

Passava também por uma fase difícil na vida dos meus pais, sofrendo junto deles as consequências do fim do casamento e, para resumir bem a situação, não conseguia perceber em nenhum deles o apoio necessário para enfrentar minhas questões e seguir em frente. Sentia que naquele momento estava completamente só. O que não era verdade mas, na mente adolescente de então, tinha um peso enorme.

Foi o espaço perfeito para que a depressão se instalasse e a ideia de suicídio tomasse forma. Eu não era o filho perfeito que meus pais esperavam. Eu não conseguia ser o religioso que a comunidade esperava. A fé na qual eu tentava me enquadrar dizia que eu iria para o inferno. Nem Deus queria saber de mim!

E foi nesse momento que Ele em sua infinita bondade começou a se manifestar grandemente na minha vida. Hoje entendo que por intermédio da minha mediunidade e da intervenção do mentor designado para me auxiliar. Dessa forma, Ele colocou em meu caminho umaa série de pessoas que me deram apoio: professores muito sensíveis que perceberam que eu não estava bem pela mudança profunda que sofri ao longo do ensino médio; meus avós e minha madrinha que tomaram o lugar de pai e mãe naquele momento; alguns poucos amigos iluminados que já apontavam naquela época um caminho religioso que me ajudaria fazer as pazes com minha fé; e, o momento mais lindo de todos, quando da boca de um irmão da igreja que ainda frequentava eu entendi o profundo significado da expressão "a verdade te libertará".

Naquele instante eu percebi, que ao contrário de tudo que eu acreditava até então, Deus não comete erros. Que Ele havia me criado exatamente como sou. Que Ele me AMA!

Daí, meu amigo me questionou após ouvir essa fase da minha vida se eu já tinha demonstrado minha gratidão. Sendo bem honesto - diferente da resposta genérica que eu dei a ele - eu tenho dúvidas se um dia vou conseguir demonstrar o quanto sou grato por todo amor de Deus em minha vida. Porque é simplesmente um amor infinito que não tem como nem compreender, quem dirá retribuir à altura né? Só espero que, dividindo a certeza de que as coisas podem melhorar eu consiga pelo menos divulgar - para além de qualquer instituição religiosa - a importância da espiritualidade e do amor de Deus por nós nos menores detalhes de nossa vida.

E a certeza de que Ele é meu verdadeiro pai, mãe, família! Que é sim o que eu tenho de mais valioso! Espero ser cada dia melhor e crescer cada dia mais um pouquinho, dando mais um passinho em Sua direção!

E quem sabe um dia estar à altura desse desafio que é a gratidão!