segunda-feira, 27 de abril de 2015

Medo

Tenho medo de muitas coisas nessa vida: de sapo, de morrer sozinho, de médico, até de palhaço... E nunca imaginei que um dos maiores deles se materializaria dessa forma: ter um problema de saúde.

Tudo bem, não é nada assim tão grave - um tipo de desgaste do cristalino no olho - que me obriga a fazer uma cirurgia. O que me fez pensar e repensar tanta coisa!

Como é interessante e ao mesmo tempo aterrorizante descobrir que você não é um super herói indestrutível e que nem sempre o tempo resolve pra você as questões que a vida coloca.

Se eu pedi a Deus que me desse coragem e força pra lutar. E que superasse o medo de viver, Ele em sua infinita sabedoria lançou esse desafio: enfrentar um dos meus maiores medos e ao mesmo tempo, mostrar que o tempo passa e que certas decisões e soluções cabem sim, inteiramente a mim.

E que no fim, ainda que a companhia seja profundamente interessante, importante e necessária nessa jornada, a única pessoa que nos acompanha do começo ao fim somos nós mesmos.

E que a lição seja aprendida em profundidade!

Seja o que Deus quiser!

sábado, 25 de abril de 2015

O que estou fazendo da minha vida

Essa pergunta tem circulado minha mente nos últimos dias e a resposta é a mais terrível de todas: ABSOLUTAMENTE NADA!

E isso é terrível. Sinto como se o tempo estivesse se esgotando e a areia que cai da ampulheta gradualmente vai contando mais grãos na parte de baixo.

Mas, me falta ânimo, motivação. Vontade! Nada tem muita graça nos últimos dias e eu honestamente não sei por qual razão.

Não está tudo 100%, nunca está, mas nem é tão ruim assim. É como se eu pesasse toneladas e a resistência do ar fosse cada dia maior.

Minha vontade é deitar em minha cama e assistir séries até conseguir vencer todo o catálogo disponível no Netflix. Mas, posha, isso lá é viver?

Do alto dos meus 26 anos acho que a rotina de um jovem não deveria ser assim tão morna. Tão sem graça e ao mesmo tempo me falta vontade!

Um motivo pra lutar!

Meu Deus! O que estou fazendo da minha vida?!

segunda-feira, 20 de abril de 2015

E mais uma vez...

E mais uma vez ele se foi. Claro que essa partida tem sido a prestações nos últimos dois anos, mas, agora creio o último fio de esperança se rompeu.

Foi bom ter esse horizonte me esperando nos últimos anos e essa certeza de que um dia seria casado, com aquela pessoa, que os filmes românticos da sessão da tarde tinham lá sua razão e que nosso destino estava traçado.

Mas ele mudou, eu mudei. E se tem uma coisa me incomodando nos últimos anos é ter a sensação de que alguém pegou em minha mão pra escrever o roteiro da minha vida. Chega disso. 

Agora, com esse volume estelar de energia liberada vou focar naquilo que eu realmente quero e acredito ser o caminho certo pra mim!

E que Deus me ajude!

sábado, 18 de abril de 2015

Eu podia...

Eu podia fazer de conta que estou com alguém pra te enciumar. Pra dizer que o lugar que ainda é seu já está ocupado. Mas não fiz.

Eu podia jogar, fazer ciúmes, postando uma foto como se fosse pra alguém, só pra chamar sua atenção, mas, não faria sentido.

Eu podia fazer um drama, chorar, gritar, pichar seu portão, atrapalhar sua vida, mas, isso não tem nada a ver comigo.

Resolvi que é mais simples, prático e efetivo: a vida é minha e eu vou fazer dela o que eu quero. De resto, são todos apenas coadjuvantes ou participações especiais.

Eu desisto de você e escolho a mim mesmo!

quinta-feira, 16 de abril de 2015

Sobre o que incomoda

Nada incomoda mais que o conceito pré-estabelecido nesta vida. Hoje tive uma longa e franca conversa com minha mãe que, como disse em outras ocasiões, não concorda exatamente com minha "opção" sexual. Como se escolha fosse...

Mas, no assunto de hoje o que mais me incomodou foi a necessidade de diferenciar os relacionamentos hétero dos relacionamentos gays, como se o primeiro fosse entre seres humanos e o segundo entre marcianos. É tão claro para mim e para aquelas pessoas que já se abriram a essa velha novidade que não há diferença, afinal, nossa sociedade - embora tenha ainda muitas questões a resolver - pouco diferencia o homem da mulher quando consideramos a experiência do amor. (Na verdade a diferenciação é cada vez menor graças a luta das guerreiras feministas que ao longo do século XX tanto conquistaram...)

Entendo claramente que nossas relações colocam em cheque os papéis histórico-socialmente construídos do homem e da mulher, e que no fundo seja esse questionamento o que tanto incomode os vigilantes da moral e dos bons costumes. Ao mesmo tempo que percebo o quanto nossa sociedade sofre exatamente por tentar enquadrar em caixinhas as mil diferentes cores que o gênero humano possui, parafraseando a querida voz francesa da atualidade, Zaz.

E nessa situação me vejo cada dia mais convencido de que não é por acaso que nasci na família que nasci. Existem muitos conceitos ainda a serem desconstruídos e muitos preconceitos mais para serem trabalhados. Essa missão é em parte minha e acho ela belíssima e poderosa. Embora não seja tão simples e muito menos indolor.

E é engraçado visto que as necessidades humanas são tão básicas, embora culturalmente procuremos diferenciações: todo mundo precisa de beijo, abraço, comida, sexo, proteção, atenção, voz. Infelizmente, também de dinheiro, até que algum iluminado consiga mostrar um caminho melhor que este que estamos trilhando.

Então, acho que o começo necessário - mais que um bom começo - é exatamente o respeito. Porque no fim, todo mundo precisa viver, todo mundo precisa amar e essa passagem é tão breve, não é mesmo?

Vamos caminhando! Um dia a gente chega lá!

terça-feira, 14 de abril de 2015

Oração

E seus dias eram mais coloridos que o arco íris e a caixa de lápis de cor de quarenta e oito cores. Sua mente não parava um instante sequer... A vida passava inteira diante de seus olhos e recomeçava, diariamente.

Queria crescer, ser livre, desinquieto de natureza. Considerava-se cidadão do mundo. Do universo. A realidade das coisas era seu lugar.

Era imenso como o infinito e mais profundo que os oceanos de Júpiter, caso existissem. Era tudo e nada ao mesmo tempo. Reflexo perfeito daquele que o criara. Existia apenas para a imaginação. A fé era sua matéria.

Muito antes do tempo já criava. E com o tempo menino, grandes eram suas peripécias. Nada havia além de si, de sua vontade e da força que é a criação em essência. Por isso a novidade lhe era tão cara. E a vida, intensa, tão importante.

Por isso, sua realização se fazia na estrada. Tocando o mundo com os olhos e sentindo na pele o vento alheio. Ali achava sua felicidade. Sendo ninguém, alguém, diferente, inconstante, estranho. Belo.

quinta-feira, 9 de abril de 2015

Não foi dessa vez

Algumas coisas acontecem em nossas vidas com o simples intuito de nos ensinar, fazer crescer. Aventar a possibilidade de retorno com você foi uma delas. E me fez ver o quão distantes emocionalmente nós estamos.

E isso é engraçado: começamos essa relação em posições completamente opostas ao lugar que ocupamos agora... Você em busca de amor, do seu príncipe encantado... Eu, movido pela atração física. E isso, devo agradecer a você: Agora eu sei distinguir bem quem é quem. Uma pena que você tenha incorporado esse equívoco que eu tinha e não perceba.

Depois de tudo que eu vivi, que eu suportei, superei e digeri em minha vida, tenho uma clareza muito grande do que quero pra mim nesse momento: uma relação tranquila, com sabor de fruta mordida e companheirismo. Até porque é o momento para construir, não consumir.

Não sei se você tem clareza sobre isso mais...

Bom é que, nesse momento tão crucial pra mim, em que estou prestes a começar uma grande mudança, você me deu os motivos para desvincular e seguir em frente. Com um aprendizado que me fez emocionalmente deixar de ser um garoto meio perdido e sem noção para um homem que sabe muito bem onde quer chegar.

Repito o aviso que te dei: essa foi a última chace... espero que não se arrependa!

segunda-feira, 6 de abril de 2015

Por que deixei você... ou uma nova chance

Pensamos em nos dar uma nova chance. Depois de uma longa conversa que durou apenas seis horas - ininterruptamente - concluímos que temos muito em comum, o papo flui bem, cada dia temos mais tesão um pelo outro e, sim, existe um enorme carinho.

E nesse assunto, levantamos questões que nos levaram ao fim desde a primeira vez: insegurança, falta de paciência, carência, chiliques, egoísmo. Resumindo assim não dá pra entender. Eu explico: ao contrário do que ficou parecendo à época, não te deixei pra ser um aluno melhor ou por não te amar mais.

Muito pelo contrário, quando estava com você tirei as melhores notas da faculdade. O motivo de ter tomado a drástica decisão de te deixar foi porque eu não aguentava mais algumas atitudes imaturas suas. Não sei se você se lembra, mas, brigávamos sempre que tocávamos nos assuntos: viagens acadêmicas, meus amigos, sair de casa.

As viagens faziam parte de minha formação, acho que esse ponto já foi superado. Uma pena que em algumas delas, tenha passado a maior parte do tempo discutindo em mensagens de texto com você. Acho isso muito engraçado agora, embora, na realidade, seja triste. Mal me lembro da cidade de Ouro Preto, por exemplo.

Quanto ao fato de sair de casa, sei agora que era uma insegurança que eu tinha. Medo na verdade. De nós dois não darmos certo e eu não ter pra onde voltar e ter que me virar sozinho. Pense comigo: se eu saísse de casa antes, pra morar com amigos, seria muito menos traumático para minha família que até então não sabia de minha orientação - e na época, eu pensava que saberiam dessa forma: quando me casasse com você -. Como sou teimoso, mesmo meio nonsense, insistia nessa ideia. Como você sabe, nada disso aconteceu e acabei me assumindo de outra forma.

Por último, e a única questão ainda complicada pra mim é em relação aos meus amigos. Sei que eles tem algumas atitudes que você não concorda, mas, por outro lado, SEMPRE estiveram ao meu lado e eu sei o esforço que cada um deles tem feito para amadurecer e tomar responsabilidade sobre suas respectivas vidas. E nunca, vou deixá-los ou excluí-los de minha vida. E quero que frequentem minha casa, seja ela só minha ou nossa. Da mesma forma que vou querer que os seus participem de nossa vida em comum, caso realmente aconteça.

Superados esses pontos, sempre acreditei que você fosse o homem da minha vida: não é perfeito, pode não ser o marido que meus amigos desejam pra mim, mas, você sabe que o amo. Espero que essa nova chance seja definitiva e que consigamos ser felizes juntos, construindo novos degraus em nossa história.

Seja o que Deus quiser!

quinta-feira, 2 de abril de 2015

Sobre a vida

A vida tem me dado uns empurrões interessantes: no começo do ano o susto com a possibilidade de ter uma doença incurável, agora, a quase certeza de ter um problema sério de visão. Se ano passado foi um ano de passagem e correria, ao mesmo tempo de profunda reflexão, esse ano parece ter vindo para rompimentos bruscos e muita luta.

Mas o coraçãozinho já anda tão combalido. É tanta coisa pra lidar que já nem sei onde termina meu sentimento e onde começa o do mundo. Tanta coisa fora do lugar, que meu mundo interno parece de cabeça para baixo.

Tem muita coisa boa, eu sei. Seria um ingrato se não reconhecesse tudo de bom que eu tive e tenho em minha vida. Mas, tou me sentindo limitado. Preso. Acorrentado a essa realidade que só troca de número, de clima, de luminosidade. Em movimentação constante e ao mesmo tempo estática.

Preciso colocar meu infinito pra fora e mudar as cores dessa realidade. Preciso voar e viver. Conhecer outras coisas, sabores, imagens e pessoas. Correr o mundo a pé, de bicicleta com a mochila nas costas. Tudo me é tão pesado e minha alma efêmera. Não posso continuar acorrentado.

Tenho que ensinar a esse corpo que ele me pertence e deve obedecer! Já não basta mais viver de planos, projetos frustrados, viagens internas e sonhos. Preciso realizar. Tem que ser agora!