sábado, 19 de dezembro de 2015

A Paixão Segundo G.H. - Fragmentos

"Mas tenho medo do que é novo e tenho medo de viver o que não entendo - quero sempre ter a garantia de pelo menos estar pensando que entendo, não sei me entregar à desorientação. Como é que se explica que o meu maior medo seja exatamente em relação: a ser? e no entanto não há outro caminho. Como se explica que o meu maior medo seja exatamente o de ir vivendo o que for sendo? como é que se explica que eu não tolere ver, só porque a vida não é o que pensava e sim outra - como se antes eu tivesse sabido o que era! Por que é que ver é uma tal desorganização?"

"Até que por horas desisti. E, por Deus, tive o que eu não gostaria. Não foi ao longo de um vale fluvial que andei - eu sempre pensara que encontrar seria fértil e úmido como vales fluviais. Não contava que fosse esse grande desencontro."

"Por enquanto estou inventando a tua presença, como um dia também não saberei me arriscar sozinha, morrer é do maior risco, não saberei passar para a morte e pôr o primeiro pé na primeira ausência de mim - também nessa hora última e tão primeira inventarei a tua presença desconhecida e contigo começarei a morrer até poder aprender sozinha a não existir, e então eu te libertarei. Por enquanto eu te prendo, e tua vida desconhecida e quente está sendo a minha única íntima organização, eu que sem a tua mão me sentiria agora solta no tamanho enorme que descobri. No tamanho da verdade?"

quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Sobre esse tal de amor

Como toda criança cresci ouvindo contos de fadas, com os encontros e desencontros entre príncipes e princesas. Depois que envelheci um pouco (porque crescer não deu certo), percebi que as vezes, os contos de fadas eram entre dois príncipes ou duas princesas. Por que a vida não deve ser tão simples assim...

Mas, nos contos de fadas da vida real, a maior dificuldade que enfrentei até hoje não foi uma maçã envenenada e caramelizada, muito menos as maldades de uma bruxa malvada. Muito pelo contrário, as dificuldades quase sempre foram a disposição dos envolvidos.

Encontramos quase tudo: a tão comentada química, construímos boas histórias, acontecem incríveis encontros. Beijos e abraços que se encaixam e corpos que se movimentam quase como se fosse um só. Mas, quando a disposição em dar certo falta, meu amigo, não há tesão/atração/interesse/identificação que aguente!

Porque o amor é para os dispostos. Dispostos a compreender que o outro não é uma coisa só. Que o ser humano é complexo, cheio de manias, de desejos e de limitações. Dispostos a aceitar que o encontro, naquele dia a dia mais pesado, quando não há nada mais pra fazer que olhar para a cara amarrotada do outro numa tarde fria de domingo, nem sempre é fácil ou gostoso ou belo. Dispostos a entender que por trás daquele outro corpo existe uma infinidades de histórias, sucessos e fracassos nem sempre acessíveis, mas, que são fundamentais para fazerem do outro o que ele é.

E o mais importante: que não existe apenas o meu amor, o meu modo de amar... que existe o outro!

segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Iguais e diferentes

Aconteceu tanta coisa esse ano que mais uma decepção nem foi surpresa. Nas últimas semanas, conheci um rapaz que sob um primeiro olhar parecia fazer todo o requisito para ficar, namorar e apresentar pra família no Natal. Bonito, inteligente, doce...

A combinação que faz o Tio J. ficar balançadinho. Mas, como tudo nesse ano belíssimo de 2015 - pausa dramática para que a ironia faça efeito - nada é exatamente o que parece, ele se mostrou além de todas as características acima um perfeito idiota.

Não sei se é ingenuidade de minha parte ou se realmente sou um caso raro - ou perdido, já não sei rs - acredito que num relacionamento, especialmente, no amoroso, é natural que enquanto vamos conhecendo a outra pessoa e apresentando quem somos, algumas coisas estejam em descompasso e talvez, em casos mais extremos, existam e se mantenham, algumas discordâncias.

Acredito que a beleza no encontro entre dois mundos diferentes é exatamente essa: reconhecer o que há de igual, que facilita/permite o contato e valorizar o aprendizado que vem daquilo que é diferente, certo? Ou é muita viagem de minha cabeça?

Não foi o caso. Uma pena que a diferença fundamental tenha sido justamente essa que afasta e impede o amor de acontecer: a intolerância com o limite do outro!

E foi exatamente assim: iguais em muitas coisas - especialmente no lado doce e romântico da questão - e profundamente diferente - já que não esteve disposto a compreender meus limites - .

Uma pena. A cereja no amargo bolo de 2015.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

O sabor que lhe agrada

Em uma conversa com minha psicóloga ela me deu uma lição que jamais esquecerei na vida. Fazendo uma analogia entre relacionamentos e comidas, ela me deu uma importante metáfora pra entender a forma como podemos lidar com as diferentes possibilidades de relacionamentos que nos aparecem ao longo da vida.

Segundo ela, num banquete, nos são oferecidos diferentes pratos, com sabores, cores e texturas variados. E nossas escolhas diante das possibilidades é que demonstram o grau de comprometimento e de auto responsabilidade de cada um, com seu próprio organismo, diante das escolhas feitas. E a grande questão que ela me fez foi: escolher entre aqueles pratos gostosos, conhecidos mas que geralmente provocam azia ou enxaqueca; ou, atentando para a saúde, escolher aqueles que nutririam de verdade?

Qual sabor lhe agrada?

Diante dessa reflexão comecei a perceber de verdade que sempre recorri aos mesmos embutidos, gordurosos e pesados alimentos, quando lá no fundo o que realmente me faria bem seria uma salada ou algo mais leve... E hoje, parece que novamente a mesa foi colocada e certos padrões parecem que estão querendo se repetir.

Bom momento para lembrar as dificuldades enfrentadas e definitivamente, mudar esse padrão de pensamento que me acompanhou por tanto tempo!

quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Sobre sentimentos e outras coisas

Sempre me considerei uma pessoa intensa, especialmente quando a questão é o amor. Mas a vida, com seus altos e baixos, acabou confinando esse lado de pura sensibilidade embaixo de uma postura por vezes blasé e hipersexualizada que o ocultou por um longo tempo.

Talvez, essa máscara precisava pra cair apenas do empurrãozinho de uma chance. Tipo a primeira gota de chuva que molha a terra e faz brotar tudo aquilo que só aguardava latente o líquido precioso. Talvez seja assim com o ser humano também... embora acostuma-se às adversidades da vida, seu lado sensível e romântico nunca o abandona de fato. Aguarda apenas a oportunidade de florescer.

E isso me deixa muito feliz, especialmente agora que parece o sol voltou a brilhar mais uma vez. O coração que se acelera, aquele doce perfume que não nos deixa mais e a primeira pessoa que vem à mente ao despertar e adormecer - alcançando os sonhos -

É, talvez o segredo fosse mesmo ser inteiro. Ser completo. E cheio de amor.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

#meuamigosecretoLGBT

Teoricamente, o meio universitário deveria ser um ambiente aberto e diverso, que propiciaria o debate e a valorização das diferenças, justamente por ser considerada um lugar para o desenvolvimento dos diferentes saberes...

Em minha trajetória de aluno, graças a Deus, eu sofri pouco preconceito o que aliás foi fundamental para que eu mesmo aceitasse minha condição sexual. A única agressão que sofri em 4 anos de graduação foi a publicação de uma nota de jornal que caracterizava o fato de meu namorado da época e eu andarmos de mãos dadas e nos beijarmos em público como algo desrespeitoso e que envergonharia a comunidade acadêmica - quando a mesma postura era naturalmente aceita quando se tratava de casais heterossexuais.

No entanto, em uma recente festa, ouvi alguns comentários super negativos de pessoas próximas quando fiquei com um rapaz que não seguia os padrões heteronormativos, ou seja, estava com roupas femininas num estilo andrógeno e barriga de fora. Dentre os comentários, o que mais me incomodou foi: você todo barbudinho com ar de nerd merece coisa melhor que essa bichinha pão-com-ovo.

Aí eu me pergunto: em que o fato de eu ser barbudo/nerd/discreto me torna melhor que o garoto afeminado, visto que somos tão iguais que estávamos nos pegando?

Vergonha alheia define...

terça-feira, 24 de novembro de 2015

Sobre a chuva e outras coisas

Enfim, a chuva que fazia tanta falta retornou a minha cidade e hoje, agora a pouco, consegui após muitos anos tomar um longo banho com essa maravilha que cai do céu. E tava precisando, para me lavar de tantos sentimentos ruins que me visitaram nos últimos dias.

Nada como a sensação de liberdade e acolhimento que veio na hora exata, nos últimos momentos do atual ciclo de minha vida. Amanhã é meu 27º aniversário e é muito simbólico ter tomado essa chuva hoje.

***

Tem sido dias difíceis... Lidar com a perda, especialmente de alguém que por tanto tempo esteve ali e não consegui me aproximar dói. Ao mesmo tempo que a saudade daquele que não deve ser nomeado aperta cada dia mais.

Enquanto me sinto bem com minha própria companhia mas ainda assim saudoso de certa companhia que agora já se tornou estranha ao passar pela rua... Enquanto novos sorrisos começam aparecer de mansinho...

***

Nesse turbilhão de sentimentos fico feliz em perceber que ao contrário dos outros vinte e cinco anos, o que se encerra amanhã trouxe profundas e importantes mudanças. Não sou tão leve quanto já fui, o ar despreocupado de um tempo atrás me abandonou quase que por completo... Mas não é uma preocupação ruim, é apenas a responsabilidade de quem tomou a pouco tempo a rédeas da própria vida.

O que é muito bom. E solitário. Como a vida é na verdade não é mesmo?


quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Despedida...

Essa semana mais um membro de minha família fez a passagem e cumpriu seu prazo nessa terra meu avô paterno.
Infelizmente, encho meus olhos de lágrimas por saber que não o conheci direito. Tinha um carinho muito grande pelo Sô Braquinho, mas, não tivemos a convivência necessária para dizer que o conheci.
Sei que não é um adeus definitivo e que um dia vamos nos reencontrar. Agora, resta a saudade e  a preocupação com Vovó que fica.
Espero que Deus nos dê sabedoria para cuidar dela até o fim também!
Orem por nós!

sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Uma carta ao amor

Olá! Sim, sou eu...
Sei que pareço um pouco diferente. Afinal, tanta coisa se passou que o transcorrer do tempo não tem na verdade tanta importância assim.
Sou o mesmo, pelo menos em princípio. Na verdade, o tempo só me fez crescer e não caber mais em velhas armaduras que me ajudavam enfrentar a vida. Larguei o escudo e passei a manejar a espada.
Pode ser difícil de entender. Talvez isso possa ser chamado de maturidade - o que duvido muito porque ainda tenho muito a aprender - ou um maior autoconhecimento.
Talvez, porque me assumi: sou um Guerreiro!
Não, não mais aquele medieval com a lança em punho montando num cavalo malhado. Não não, minhas armas agora são outras, sendo a principal delas minha voz interior. Ou seria a voz de Deus?
Creio que seja Ele.
E por isso, deixei aquele rapaz que você conheceu para trás...
Espero uma visita sua. A casa nova está ficando linda, decorada com amor e muita paciência. Em tudo há um toque do amor divino (lembra dele?) que eu tenho carregado em meu coração.
Venha tranquilo.
Vai ter bolo e chá.
Até breve!

quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Infinito particular

Valorizo muito o amor. É interessante que mesmo sendo um homem da minha época - que não tem muitos pudores quando trata de sexo e que já teve relações casuais -  quando trato de sentimentos e romantismo acabo sendo tocado mais profundamente. Talvez por ser essa minha essência.

E esse encontro entre mundos diferentes que acabo por representar tem chegado, nos últimos tempos, a uma síntese. Nem tão safado nem tão sonhador. Seria esse o equilíbrio? Não sei dizer...

A cada dia que passa a sensação que tenho é que aprendi muito, já rodei o suficiente e, exatamente por isso, quase nada sei da vida. É como se novamente fosse um garoto de 14 anos diante da beleza e da amargura da vida e que pela primeira vez, com o tempero suave da experiência, pudesse começar a escolher.

E a escolha é óbvia: eu mesmo. Nem tão Pai, nem tão Mãe. Influencias verdadeiras e verdadeiras polícias internas. Apenas eu. Jean Felipe.

São interessantes as coisas que descobrimos quando lançamos o foco da luz da razão para dentro. Não há lugar mais belo que nosso infinito particular!

quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Despedida

Sinto muito por ter partido dessa forma. Eu sei que deixei tudo para trás... Nossos planos, nossos sonhos, nosso amor... Eu sei amor que a vida nem sempre é justa, as vezes ela nos machuca desde o início e por vezes com pedras intransponíveis no meio do caminho.

Eu sei que vamos sentir saudade. Já sinto, de você e tudo que estou deixando para trás. Mas, você sabe que essa experiência terrena não é tudo que nós temos. Nos encontramos outras vezes e vamos nos encontrar outras tantas mais....

Espero que em nosso reencontro eu possa conhecer seu olhar e que, independente de qualquer dificuldade ou imperfeição que carreguemos como missão, esse sentimento que nos une a milênios fale mais alto e eu possa te reconhecer...

Desejo ardentemente poder te encontrar e devolver toda felicidade que estou lhe roubando com minha partida. Espero amor que nosso Pai Celestial permita que toda a falta que minha partida precoce possa ser compensada por alguém que merece e esteja à altura de te acompanhar nos longos anos que te aguardam nessa experiência terrena.

Sinto muito amor, mas tenho que ir. Saiba que a marca de nosso encontro não está apenas em minha memória, mas, retornará como um aperto no peito a cada menção ao seu nome e com a palpitação característica do coração emocionado com sua presença.

Peço-lhe amor que me perdoe. As razões da existência nos faltam, especialmente quando causam desencontros tão grandes quanto esse que estamos enfrentando nesse momento. Vou com imenso pesar... Não cobre essa ausência com insegurança e muito menos com vingança, já que minha alma já vai para eternidade carregada por esse remorso.

Prometo amor que vou cuidar de você e que em nosso reencontro, se não puder receber novamente seu sincero amor, farei o possível para compensar todo o dano que possa ter causado a você com minha ausência.

Saiba que, seja como irmão, pai, filho... independente de qual laço nos ligará no futuro para sempre carregarei seu olhar e todo o amor infinito que tenho por você.

E, até breve! Pois na eternidade o tempo será apenas uma ideia dos amargos anos que vou aguardar por nosso reencontro!

sexta-feira, 23 de outubro de 2015

Turbilhão

Tantas coisas passam por minha cabeça nesse momento que a única forma pra conseguir ter um pouco de paz é escrevendo. Passei tanto tempo desconectado do meu lado emotivo/romântico que agora que ele voltou à tona parece que vou sufocar!

É um misto de saudade com angústia, de gratidão e celebração pelos momentos bons misturados à dor de tantos outros que foram ruins que, definitivamente, só Deus pode acalmar meu coração...

Tanta coisa! Sei que devo ser mais grato e ter fé que não acontece nada sem uma boa razão nessa vida, mas, ao mesmo tempo sei que sou responsável por minha evolução e que em muitos aspectos nessa relação que me persegue eu falhei.

Sei que a maturidade para um relacionamento só agora começa a despontar em minha mente, já tão cansado de joguinhos, de sedução e luxúria... E que tudo tem seu tempo. Mas, a certeza do reencontro bate forte no peito e esse sentimento é muito difícil de superar!

Enfim, é um turbilhão de pensamentos...

quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Amor além do tempo

Há tempos que meu lado romântico não vinha à tona com tanta intensidade. Talvez porque esse ano não tenha sido voltado para essas questões e sim pra eu organizar minha vida prática que esperou muito tempo por atenção.

Mas, sim... sou um romântico incorrigível e acredito que pra eu levar um relacionamento a diante a pessoa vai ter q reconhecer e acessar essa face da minha personalidade. Porque eu acredito sim no amor que rompe barreiras, inclusive que supera a própria morte. 

Vendo o final da primeira etapa da novela Além do Tempo ontem eu não pude deixar de me lembrar disso: de quando vivi essa sensação de familiaridade com uma pessoa por meio de uma simples troca de olhares. Troca de olhares essa que se revelou mais tarde, num momento de intimidade que ia muito além da identificação causada pela atração já que fui transportado para uma outra época, uma outra situação na qual estava junto com essa mesma pessoa.

Claro que como é apenas a vida real muita coisa fica em aberto e o reencontro infelizmente não durou. Mas foi uma experiência única e tão bela que eu tenho certeza posso dizer que já encontrei o grande amor da minha vida, nessa vida e em outras. Resta agora aceitar no coração que nem sempre podemos ficar juntos, já que o caminho da evolução é individual... E lidar com a saudade que já é minha companheira a tanto tempo!

Eu acredito, por isso, em amor além do tempo!

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

À quoi ça sert l'amour?

Pra que serve o amor? É uma frase de uma belíssima canção interpretada por Edith Piaf e que me marcou profundamente desde a primeira vez que a ouvi. Não existe uma resposta fechada e pronta.

Até porque não existe apenas um amor. Mas o amor romântico entre duas pessoas é algo que sempre mexeu comigo e que acredito ser uma das minhas buscas mais constantes. Eu sou um romântico.

Pra mim o amor serve como combustível, como bússola e como porto seguro. Esse amor dolorido do qual sempre escrevo por aqui quando não acontece ou quando se perde... E como pode ser efêmero quando deveria durar!

Afinal, o amor serve pra ser sentido e vivido. E pra fazer crescer, evoluir internamente. Serve pra lembrar quem nós somos e pra onde devemos seguir. E talvez por isso costume doer.

Podia dar certo afinal, né?

terça-feira, 6 de outubro de 2015

Conversar é muito bom

Sempre fui adepto do diálogo, praticamente em todas as situações. Posso ser chamado de homem DR, converso tudo, sobre tudo - especialmente sobre aquilo que sinto.

Para algumas pessoas isso pode ser um tanto inconveniente, visto que ao conversar você acaba se colocando numa situação que: ou você realmente se abre ao outro para compreender ou acaba discutindo, o que definitivamente não é o objetivo numa experiência dialógica.

Graças ao meu bom Pai Celeste, hoje comecei desembaraçar uma questão que estava pendente e, justamente por ser daquelas pendências miúdas do cotidiano doía tal qual um espinho no peito do pé: o volume alto que incomoda os vizinhos!

Coisa tão comum hoje em dia que os aparelhos de televisão e som caseiros são cada vez mais potentes, a questão foi potencializada por minha casa se situar próximo a uma universidade. Logo, mesmo não sendo um dos mais barulhentos da região, acabei por me tornar, junto de minha amiga, a cereja no bolo dos meus vizinhos. A questão estava se tornando violenta e muito tensa.

E não é que bastaram alguns minutinhos de conversa para que parte do tempo nublado começasse a se dissipar e uma possibilidade de entendimento se delineasse no horizonte?

Ponto para o diálogo e para a boa educação que tanto a vizinha - pessoa simpática que com toda certeza deve ter ótimas histórias pra contar - e eu recebemos em nossas vidas!

Uma preocupação a menos - creio eu!

Abraços!

quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Transbordar

Estou há dois anos solteiro. Nesse período tenho procurado acima de qualquer coisa me conhecer mais e entender por que os relacionamentos anteriores não deram muito certo. Digo que não deram certo no sentido de que não continuam - além é claro de todo mimimi que vivo postando aqui - mas que serviram grandemente ao meu crescimento.

E tenho compreendido nesse tempo que o grande problema em tudo era que eu não me conhecia direito. Tinha o péssimo hábito de buscar nas pessoas algo que me faltava, sabe a necessidade de preencher um vazio que sabe lá Deus de onde veio?

E descobri, também nesse tempo, o que esse vazio realmente significa: a necessidade de criar e a necessidade de resgatar. Criar no sentido de fazer coisas com minhas próprias mãos. Sempre tive essa necessidade desde que me entendo por gente. Resgatar no sentido de reconstruir a relação que tenho com meus pais, compreendendo que somos os três pessoas autônomas, imperfeitas e que nessa altura do campeonato, somos completamente diferentes e independentes. E recobrar toda beleza que há nisso. E ser grato pelo cuidado no tempo em que este era necessário. 

Também entendi que eu tive uma grande dificuldade em estabelecer limites, misturando completamente minha vida com a da pessoa amada de forma que me sentia no controle da situação, quando na verdade, vivia a profunda carência que habitava meu ser.

Tudo isso parece, como disse no post anterior, que me sentisse como se tivesse endurecido com o tempo. Perdido mesmo minha capacidade de me sensibilizar com o romantismo e a entrega que me eram tão comuns antigamente. Mas, no fim acho que acabei por entender meus limites, meu ritmo e minhas necessidades.

E, espero me tornar uma pessoa melhor com o tempo para quem sabe um dia, conhecer alguém que me transborde e leve a outro nível de relacionamento e parceria.

Por enquanto, vou continuar a faxina interna que está se intensificando nos últimos dias.

terça-feira, 22 de setembro de 2015

Mudar

Hoje uma situação simples acabou por lançar luz a uma situação que eu não tinha me dado conta: o quanto acabei endurecendo nos últimos tempos!

Justo eu que me sentia tão sensível, tão romântico... Vi que tenho mantido uma distância segura de tudo e todos...

Mudar as vezes não é assim tão bom.

Ou estou apenas tocando no volume certo? Com mais realismo e pé no chão?

É, acho que é isso!

quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Tanta tristeza no mundo...

Tanta tristeza no mundo que a cada vez que vejo o jornal fico chateado. Como não sensibilizar-se com as cenas chocantes e terríveis da realidade dos refugiados? Com toda violência e corrupção?

Nessas situações sinto como se fosse um grãozinho de areia levado no vento, tamanha é a sensação de impotência que me acomete. E o desejo - meio infantil - de resolver os problemas do mundo grita lá no fundinho da mente.

Mas o que fazer se até mesmo a caminhada para mudar meu mundo interno se mostra tão árdua? Pelo menos orar e pedir a Deus sabedoria para que a humanidade consiga realizar seu caminho de evolução e as fronteiras, sejam elas econômicas, geográficas ou sexuais não sejam mais necessárias e que o homem possa ser cidadão do mundo!

Apenas humano!

terça-feira, 15 de setembro de 2015

Quando me distraio

Como cantava a Pitty em minha adolescência, basta uma distração pra me transportar pra perto de você. É incrível como após tantos meses, tantas coisas, você ainda ocupe os meus sonhos.

O mundo gira cada vez mais rápido e nem assim sua imagem desaparece da minha mente. Sei que nessa vida - e talvez nas próximas - não poderei ter você novamente ao meu lado. Mas, é você que o coração ainda chama.

As vezes olho pro céu e pergunto pra que serve amar tanto assim alguém que nem suspeita. Ou pior, que suspeitando não faz conta. E tento transferir todo esse amor e cuidado pra mim mesmo. Mas o coração sabe o que ele deseja.

Acredito que você seja o amor que vou carregar no peito por toda minha história. Pra viver em sonho. Pra chamar sem querer no meio da noite, quando desperto de repente.

Mas, na verdade, desejo que ele passe e que o caminho se abra para outro alguém...

sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Confiança

Quando ficamos com alguém, pelo menos eu penso assim, a confiança vem em primeiro lugar - ou deveria. Por mais que seja uma situação casual, acho que é natural aquele pensamento que está tudo bem com a saúde do outro - ou o adolescente pensamento "comigo isso não acontece"-.

Infelizmente, hoje em dia essa confiança é cada dia mais comum. Não sei se pelo fato das gerações mais jovens não terem vivenciado a morte de inúmeros conhecidos na década 1980 ou pelos avanços no tratamento. E isso é muito preocupante.

Esse ano, quem me acompanha deve ter visto o sufoco que eu passei ao descobrir que um ex-parceiro havia descoberto ser portador de HIV, mesmo tendo usado camisinha em nossa relação. Acho que o fato de ser meio hipocondríaco ajudou na reação exagerada - ou foi por ser sagitariano mesmo -.

Hoje peguei o exame após a janela imunológica e confirmei que realmente está tudo bem. Mas essa questão voltou a minha mente. Assim, escrevo novamente pra alertar: se eu tivesse confiado APENAS na pessoa, hoje poderia estar doente também. Por isso, confie mas cuide-se.

Cada um é responsável por seu corpo, por sua saúde. Claro que ele, ao saber que estava doente precisava ter comunicado seus parceiros - o que ainda não fez - mas, isso é assunto para outro post. Mas, ao mesmo tempo, eu não fui pra cama com ninguém obrigado.

Então, vamos cuidar. Camisinha precisa se tornar um hábito, seja você gay, hétero, trans, pam, ET etc.

Melhor prevenir que remediar, não é?

quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Sobre objetivos e a vida

Hoje, revendo minha lista de objetivos e metas para o ano de 2015 e para o período 2015-2017, fiquei muito feliz por que consegui alcançar a grande maioria deles, na verdade, de cinco coisas listadas já alcancei três.

Agora faltam apenas a organização de minha primeira viagem internacional e uma maior atenção à minha saúde, incluindo alimentação e atividade física à rotina diária.

A situação econômica do país está me preocupando um pouco, uma vez que o dólar só sabe subir nos últimos meses e isso tem me levado à refletir sobre o melhor caminho para alcançar a meta da viagem internacional. Começar a pagar um intercâmbio ou guardar dinheiro.

Sempre fui mais tentado à primeira opção, já que disciplina pra economizar e guardar é mais complicado. Mas, diante desse cenário, uma poupança seria mais tranquila... vai que o dólar volta a descer e fico com um contrato numa cotação mais alta?

Hora de avaliar as possibilidades e modalidades de intercâmbio.

Diante disso, outro pensamento me é recorrente: o fato de nada acontecer por acaso na vida de ninguém e sempre no momento mais oportuno.

Realmente, há um tempo determinado para tudo.

É chegada a hora de preparar voos maiores!


terça-feira, 8 de setembro de 2015

Sensibilidade

Ser sensível é ao mesmo tempo um dom e uma maldição, digamos assim. É um dom maravilhoso porque tudo na vida se torna mais claro, mais nítido e fácil de ler. E exatamente por isso é uma maldição.

Em muitos casos é complicadíssimo perceber a dor do outro, identificar-se com ela e ainda ter a consciência de que você é - involuntariamente - a causa de tal ferida.

É um papel de algoz que segue literalmente a ideia da espada que corta para os dois lados, mas, veja bem, para o lado de quem ataca e de quem é atingido. E é assim, uma dor comum.

Essa sensibilidade traz também compreensão. Toda tristeza do mundo faz sentido, mas, toda beleza é profundamente mais bela porque ela é completa, se mostra em todo o esplendor das coisas que fazem sentido. Que são inteiras.

Mas é ao mesmo tempo o paradoxo: por muito sentir, ou por tudo sentir, é mais fácil estar só... Partilhar o sentimento do mundo, amores, alegrias, bênçãos e tragédias é um peso digno de Atlas... Quem sabe um pouco mais intenso.

Sentir é para corajosos, escolhidos e abençoados.

Eu sinto.

quarta-feira, 2 de setembro de 2015

Bloco de gelo

Esse é um medo que tem crescido dentro de mim nos últimos tempos: me tornar um bloco de gelo. Justo eu que sempre fui tão emotivo, é algo muito preocupante.

Olhando em perspectiva, realmente muita coisa aconteceu nos últimos tempos e pela primeira vez na vida eu me percebi completamente avulso e sozinho, digamos assim. Não entenda mal, isso não é algo ruim pq é simplesmente a mais pura verdade. E é ao mesmo tempo a certeza da qual mais corremos nos dias de hoje.

Já parou pra pensar em quão solitário realmente você seria se não fossem os diversos app do celular que muito provavelmente está em sua mão nesse momento - ou ao alcance dela? E ainda, quantos abraços verdadeiros você recebeu hoje? Ontem? No último mês?

Pois é... Muita gente com certeza não precisaria nem mesmo de uma mão completa para contar nos dedos...

E isso, somado ao mundo dos cardápios de pessoas virtuais como os conhecidos Tinder, Scruff e afins, tem me deixado cada dia mais descrente. É tudo tão fácil, especialmente o sexo, que as pessoas cada dia mais evitam encontros mais profundos, afinal, vai que o boy acha que sou fácil/ estou correndo atrás?

Saudade de verdadeiros encontros. Sentar e conversar sem ter hora ou assunto específico, especialmente quando o objetivo final é apenas mais um fast fuck...

O jeito é congelar.... Ou não.

Dizem que tudo tem seu tempo né?

domingo, 30 de agosto de 2015

E quem sabe fica?

Sou um caçador nato, especialmente daquele espécime raro chamado amor. Embora minha cara lerda ou olhar carente demonstrem o contrário, não é qualquer charme que desperta meu interesse.

As coisas não são assim tão fáceis. No mesmo instante que estou, já voei, já parti... Senti no ar o rastro daquilo que eu realmente procuro lá dentro, bem no fundo.

Procuro a intensidade. Mas não apenas a intensidade carnal, essa tão fácil no mercado hoje em dia. Não, procuro a intensidade de um olhar em silêncio, de um beijo envolvente, de um abraço que faz o coração sincronizar sua batida com o par ao lado.

E eu sei que minha intensidade assusta. Assusta porque ela pode ser confundida com diversas coisas, com carência talvez, com a falta de paciência dos afoitos... Mas não, ela nada mais é do que reflexo de todo o universo de coisas, de experiências, de sentimentos, caminhos, emoções, toques, carícias, beijos que estão guardados para aquele que realmente os merecer.

E se aparece forte no olhar, assusta. E se assusta é porque é algo inteiro. Não costumo amar pela metade. E não costumo desamar, se é que isso seria possível. Nasci feito de amor e voltarei à terra amando cada sabor, sentimento, sussurro e parceria que experimentar por essa terra. Desde o primeiro amor confuso da infância por aquela que o nome quase se perdeu com o tempo, até aquele sentimento carregado da mais pura tensão da descoberta do primeiro rapaz, até o amor desesperado da conformidade e enfim o primeiro amor que brincou de rimar com dor. E aquele amor que ainda dói.

Nenhum deles será esquecido, menor, esmaecido com o tempo. Nem são tidos como feridas, talvez lições de como cada dia mais amar. Em cada tempo de um jeito.

E a busca continua por aquele que há tempos venho contando aqui... sabe? Daquele verso daquela música que adoro?

E sei que um dia ele vem... E quem sabe fica?

sábado, 29 de agosto de 2015

Coisas da vida!

Quando me deparo com um documento aberto e a obrigação de escrever e não rola, já sei o que é preciso fazer: esvaziar a mente escrevendo!

Acabo de chegar de uma viagem muito interessante na qual eu conheci uma outra face do meu irmão, que estava até então soterrada embaixo de dogmas e doutrinas seculares. Fico preocupado com essa mudança, mas, ao mesmo tempo feliz por ele ter se encontrado. Ou esperando que um dia ele realmente se encontre. Porque eu sei o quanto é ruim se sentir divido.

Mas essa não foi a única coisa que veio esse fim de semana para povoar meus pensamentos: conheci alguém que gostaria muito que ficasse e claro, se afogou no meu mar de expectativas... Novamente levo na cara a certeza de que a melhor coisa a se fazer é ficar sozinho: nisso dispenso o sexo casual que é de todo caso muito aquém do que eu realmente desejo.

Maturidade. Maturidade? É, de certa forma escolher com quem compartilhar nossos momentos é uma forma sim de maturidade... Mas ainda há tanto a se fazer!

Bem, essa tempestade cerebral serve justamente para tirar esses pensamentos da mente e ver se aquilo que realmente precisa ser feito vai ser realizado!

Até logo!

sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Como esquecer

Como esquecer? Esse questionamento é constante em minha vida. Um paradoxo na realidade quando minha profissão, historiador, é justamente sobre lembrar. Mas, também, é sobre analisar e compreender com demandas do presente, o passado.

Nesse sentido, minha formação é muito útil. Porque certas coisas e certas pessoas não devem e não podem ser esquecidas. Mas, com um olhar diferente tudo pode e é diferente. E é de acordo com esse olhar que tenho buscado entender toda história. Minha história. Nossa história.

Foi bonito, foi. Muito especial inclusive. Mas, ao mesmo tempo foi incrivelmente desgastante e difícil. Sofrido para ser bem direto. Mas, foi intenso e vivido, cada segundo e cada momento.

E em nome de tudo isso, celebrando esse passado que foi lindo e que vai se tornar ótimas memórias, tenho inaugurado um novo olhar sobre esse passado.


quinta-feira, 13 de agosto de 2015

A dor universal

Acho que não existe pessoa sobre a face desta terra que não tenha sofrido por amor em algum momento da vida. Ainda mais em dias como os atuais nos quais tudo parece ser tão livre, tão solto e tão complicado.

Não existe mais a certeza de conhecer alguém, namorar, noivar e casar até que a morte nos separe amém. E isso é lindo porque ninguém merece viver ao lado de quem não ama.

Mas, ao mesmo tempo dá uma insegurança. O que esperar de um relacionamento né? Estou começando a pensar que o certo é realmente não esperar nada além de que seja "eterno enquanto dure", mesmo que não dure para sempre...

E, esperar que essa dor tão universal perca força e dê lugar a um novo sentimento que é tão bonito quanto: a amizade. Isso já aconteceu e vai acontecer novamente, tenho certeza.

E ao contrário do que um querido amigo me disse, não penso que sou o último dos humanos por sentir isso... só tenho convivido com essa dor há muito tempo. Como muita gente por aí. E no fim, a gente só pode entender e ter dimensão da própria dor né?

Mas, sem esquecer jamais que o outro sente. Que o outro sofre. Mas que todos podem ser felizes, realizados e amados. E é isso que eu espero para todos e cada um: "a sorte de um amor tranquilo, com sabor de fruta mordida" e que seja recíproco, para que nunca falte amor.

E hoje revolvo a terra para que uma nova plantação tenha lugar. A plantinha seca dará lugar a flores lindas e exóticas até o momento: o amor próprio e a alegria.

Até breve!

segunda-feira, 3 de agosto de 2015

Será que é mesmo o fim?

Esse questionamento vem me atormentando nos últimos dias. Não é fácil excluir alguém que é fundamental de sua vida, muito menos deixá-la ir quando se tem a certeza de que aquilo que você poderia oferecer seria muito mais bonito.

Fico divido entre o vislumbre do passado e a certeza de que não nos encontramos por acaso nessa vida e um amor que é tão grande que é até capaz de deixá-lo ir. Mas dói.

Dói porque não é o primeiro amor. Porque não foi o primeiro encontro. Porque nosso projeto de vida se cruzou novamente além do tempo, em outra existência e tinha tudo pra dar certo. Aliás, tem porque nunca houve nada definitivo.

Será que é mesmo o fim? Fim dessa história, desse amor?

Acredito que sim. E não quero acreditar em reencontros, embora minha intuição diga que eles sempre ocorrerão.

Só resta esperar o tempo necessário e aguardar que meu coração destruído se recupere.

Mas, pode ter certeza de uma coisa: a marca mais profunda que ele tem será pra sempre você.

terça-feira, 28 de julho de 2015

Desafio das cinco qualidades

Estou fazendo terapia desde o ano passado e, entre idas e vindas, na última sessão a psicóloga me perguntou se eu poderia citar minhas qualidades. Foi o mesmo que implodir um prédio e nenhum pensamento me ocorria: simplesmente travei!

E eu que pensava que me conhecia bem, não consegui destacar características positivas que eu tenho e que possivelmente as pessoas de meu convívio poderiam observar/conhecer. Por isso, ela me desafiou a criar uma lista com pelo menos cinco dessas qualidades... Segue a lista:

1) Carinhoso - acredito que tenha um jeito carinhoso, gosto de beijar e abraçar as pessoas que amo e, especialmente, gosto de ouvi-las;

2) Sincero - não sei se essa característica pode ser definida como sinceridade, mas, de qualquer forma busco dizer tudo aquilo que eu penso e as vezes, falo sem pensar... Acho que tenho um gênio muito difícil que aprendi a controlar e tentar contornar, buscando a melhor forma de dizer tudo aquilo que penso. Quando tenho controle. (talvez a melhor palavra seria honesto, não sei)

3) Organizado - aprendi a ser com o tempo (e tenho medo de desenvolver TOC) com minha mãe virginiana;

4) Compreensivo - acho que já vi tanta coisa nessa vida que nada me abala. As vezes fico incomodado, porque acho que deveria me indignar com algumas coisas, mas, ao mesmo tempo, penso que a vida não é fácil pra ninguém e que por trás de cada ato existe todo um contexto que precisa ser considerado.

5) Reflexivo - costume de pensar em tudo, em todos, levantar hipóteses, tentar compreender o outro lado.

Bem, acho que é isso. É um exercício muito complicado.

quinta-feira, 16 de julho de 2015

The Only Exception

Hoje, ouvindo minhas músicas aleatoriamente, acabou tocando a música The Only Exception do Paramore que por acaso foi tema de meu primeiro amor. A melodia me desperta sempre memórias agradáveis mas, hoje, trouxe uma reflexão importante: como eu fui forte o bastante para superar essa primeira grande decepção!

E isso acabou me levando a outra certeza: que a única exceção VERDADEIRA sou eu mesmo. Claro que Deus acima de tudo e todos, mas, nessa terra a única pessoa que pode me amar incondicionalmente sou eu mesmo.

Engraçado como essas reflexões tem povoado minha mente nos últimos tempos. Acho que na realidade, o processo de autoconhecimento iniciado no final de 2013 que se estende até os dias de hoje está começando a dar seus primeiros frutos, como por exemplo, ter tido a coragem de sair da casa da minha família.

Também, trouxe de volta a vontade de estar só, comigo mesmo. Curtir verdadeiramente a solidão. E isso é uma benção. Sei que não estou realmente sozinho, tenho amigos, uma família linda e pessoas pelas quais me interesso afetivamente, de diferentes formas. Mas, lá no fundo tem uma vozinha dizendo a todo o momento: você é sua melhor companhia!

E isso me deixa muito feliz porque a angústia que me acompanhou por muito tempo tem pouco a pouco se dissipado e o sol do amor próprio começa a lançar seus primeiros raios.

Afinal, no fim, a companhia deve ser uma escolha e nunca uma necessidade. E como ouvi uma vez e amei: quero alguém que me transborde, porque inteiro eu sou sozinho!

Até!

quarta-feira, 15 de julho de 2015

Bom de cama?

Hoje concluí que definitivamente sou bom de cama pra dormir, e nada mais... Não tenho um pingo de paciência para rapidinhas, para sexo por sexo e afins.

Acho que já passei dessa fase. Realmente, o que me encanta e excita é a tal da intimidade, a possibilidade de conhecer e se entregar ao amor.

Valeu pela experiência, que claro não foi de todo ruim. Mas, sabe quando não dá aquele gostinho de quero mais?

Talvez, com o tempo e o nascimento da possibilidade de construção dessa que procuro, quem sabe?

Mas, creio que já passei dessa fase.


terça-feira, 14 de julho de 2015

8 anos de atraso

Como já postei aqui, acabo de sair da casa da minha família pra me aventurar sozinho. Graças aos céus não estou sozinho, divido casa com minha melhor amiga de anos... Mesmo assim não deixa de ser uma aventura.

Ainda estou me organizando, entendendo uma nova rotina que agora inclui a preocupação com minha própria alimentação. O que é muito legal, exceto pelo fato de estar continuamente com as mãos cheirando a cebola, alho etc.

Estou muito feliz ainda assim. Porque é a realização de um sonho antigo... E é engraçado com Deus faz as coisas da maneira correta, em seu tempo certo.

Antes, quando tinha 13/14 anos de idade, morar sozinho ou longe de meus pais era praticamente um desejo de fugir de algumas questões que hoje parecem fazer parte da história de outro alguém. As brigas e reconciliações cinematográficas, dignas de prêmios... Minhas questões com a sexualidade recém descoberta, de uma forma ao mesmo tempo natural e assustadora... E, em grande medida, aquela sensação que sempre me acompanhou de não pertencer à lugar nenhum.

Mas, esse atraso de 8 anos - já que meu plano adolescente era o de sair de casa quando completasse 18 anos - foi bom porque eu pude aprender, num ambiente tranquilo e que me permitiu errar (e muito!), como me virar sozinho. Lá eu tinha a certeza que poderia gritar pela mamãe, pelo papai ou pelas vovós... E isso me fez crescer muito.

Como nada acontece por acaso, sei que agora preciso amadurecer no sentido de me ver definitivamente como um ser autônomo e, de verdade, me virar sozinho. Assusta? Claro e não é pouco. Mas a certeza que tudo está dando certo é muito maior.

O próximo passo agora é lutar pelo salário melhor!

E lá vamos nós!

segunda-feira, 13 de julho de 2015

Queria entender...

... Por que certos sentimentos não passam?

Já estou cansado dessa sensação de aperto no meu peito toda vez que vejo você nas redes sociais, quando avisto um carro parecido com o seu, quando lembro tudo que vivemos ou passo num lugar que visitamos juntos...

Não tenho cabeça para mais nada. Nem coragem de usar alguém pra te esquecer. É como se essa saudade fosse já uma companheira inseparável que toma proporções gigantescas.

Eu quero, sei que não faz sentido guardar esse sentimento no peito. Mas, ao mesmo tempo me pego na dúvida uma vez que não foi nessa vida que te conheci: e se for apenas uma dificuldade passageira? e se um dia puder dar certo?

Pensamentos que dão conforto e agonia ao mesmo tempo. Só queria entender...

sexta-feira, 10 de julho de 2015

Entre sentir e pensar, quero fazer!

Sou uma pessoa que sente... sente sempre, sente muito, sente por tudo e todos. E penso, penso demais. E no turbilhão de sensações, sentimentos e questionamentos, acabo me perdendo do fazer.

E no fim, é o que preciso: fazer!

Não preciso me tornar um ser insensível, obviamente. Mas, é chegado o momento de levantar um pouco os muros, renovar a espessura da armadura e cuidar do mundo interior para que a construção seja feita a contento.

É uma fase de renovação. Mudança. E é claro que estou angustiado, embora satisfeito com minha coragem. Mas, ainda há muito a fazer!

E vamos lá!

segunda-feira, 6 de julho de 2015

Enfim, mudei!

Uma das principais metas que coloquei para esse ano, esse fim de semana enfim consegui sair da casa de vovó e morar sozinho, dividindo casa com minha melhor amiga.

Não é fácil. Deixar a casa na qual eu fui criado desde o nascimento foi uma decisão muito difícil e honestamente, foi a mais difícil até hoje. Sinto uma grande responsabilidade por vovó e sei que ela contava muito comigo como companhia.

Mas, a vida tem outras necessidades e infelizmente a casa que me viu crescer não cabia mais. Ficou pequena pras necessidades da família e eu precisava sair.

Por outro lado, eu precisava mesmo viver por minha conta. Por mais que minhas contas sejam há tempos minha responsabilidade, viver com família dá uma certa tranquilidade que no meu caso começou a se associar com uma certa estagnação. E mudar é o mesmo que me lançar morro abaixo.

E que Deus nos abençoe nessa nova fase!

terça-feira, 30 de junho de 2015

Mudança

E eu que sou tão apegado à minha estabilidade me encontro nesse momento pensando em mudar. Não é uma mudança qualquer, é simplesmente uma mudança que significa cortar de vez o cordão umbilical e tomar responsabilidade por minha vida. Vou sair de casa, no mais tardar até agosto. E dessa vez a sensação que tenho é de que essa mudança é inevitável e necessária. Por dois motivos:

1º) É um antigo sonho se realizando. Planejava desde os 13/14 anos que aos dezoito estaria morando sozinho e na verdade já estou quase dez anos atrasado.

2º) É uma necessidade minha e da minha família. A casa da minha avó não me comporta mais, embora o amor e a vontade de estar junto que ela tem por mim não tenha arrefecido um milímetro sequer. É algo que eu percebo, que dói aqui dentro sabe? Ela merece mais espaço e uma vida mais organizada. Minha presença ao invés de possibilitar isso - mesmo não sendo a causa direta - tem o efeito oposto. E não é por isso que estou lá até hoje.

3º) Já deu né? 27 anos na barra da saia da Vovó por puro comodismo é demais!

Por isso, sinto cada dia mais as minhas asas mais fortes e aptas ao voo. Dá medo? Logicamente! Mas, que graça teria a montanha-russa sem o friozinho na barriga, não é mesmo?

E viva à liberdade!

quinta-feira, 25 de junho de 2015

Abençoando

Poderia, dentro de um coração mimado infantil, começar a sofrer ante a notícia de que o amor encontrou um caminho e enfim você encontrou alguém que devolveu aquele sorriso mais bonito.

Poderia ser hipócrita e dizer que não existe uma pontada de ciúme mas por muito tempo você foi o escolhido para me acompanhar nessa jornada... mas a vida não quis assim...

Um coração cheio de amor, de boas lembranças e que tem buscado cada dia mais se tornar melhor e seguir sua verdadeira vocação - que é acima de tudo - se alegrar em ver sua felicidade. E abençoar. E desejar que desta vez seu sonho de um coração romântico encontre o solo adequado para frutificar e que o amor produza lindas experiências em sua vida. Como percebi que já tem feito.

Por que no fim, o importante é amar e deixar ser amado. É viver o agora, o momento, buscar ser uma pessoa ainda melhor e deixar que os momentos felizes fluam com facilidade e os difíceis se tornem importantes lições em nossas vidas. Já é um tanto assim nossa história, pelo menos pra mim.

Pela última vez eu digo que te amo, com a leveza de quem o percebe como um irmão humano. E desejo sempre sua felicidade e todo o amor que houver nessa vida. Mas, com sabor de fruta mordida só pra mim, já que Cazuza e Cássia não estão mais aqui pra disputar...


quinta-feira, 18 de junho de 2015

Voar!

Coloquei-me à beira da falésia,
sem a certeza que minhas asas - frágeis como ideias -
estavam prontas ou
me legariam o destino trágico de um Ícaro tupiniquim...

quarta-feira, 27 de maio de 2015

Será?

As vezes, não é fácil espantar as nuvens negras que insistem em aparecer em nossos horizontes. Mas, como sempre temos escolha, talvez seja o caso de aproveitar e dançar na chuva.

Quem me conhece sabe que sou uma pessoa reflexiva, que pensa e pensa e repensa... Mas, não deixo de tentar nada, apenas tenho um ritmo próprio. Acontece que tou cansado de me questionar e tou bem disposto a me jogar...

Não posso dizer que o coraçãozinho está 100%, mas o de quem está não é mesmo? Vou então jogar o guarda-chuva quebrado dos pensamentos pra um lado e dançar sobre o tamborilar incessante da tempestade...

Vai que é esse ritmo e esse amor o certo pra mim?

quarta-feira, 13 de maio de 2015

Movimente-se!

Movimento. É disso que a vida é feita, então, nada mais justo que a estagnação e a inércia cause um mal danado ao ser humano.

Cada dia que passo sinto mais isso na pele. Hoje fui ao cinema. Coisa simples e corriqueira. Não para mim, muito menos em uma noite de terça-feira.

E não é que são essas pequenas coisas que fazem nosso mundo caminhar? Um caminho diferente, um novo estilo de cabelo, uma nova postura ante a vida.

E agora? Só desejo que todo mundo movimente-se!

segunda-feira, 11 de maio de 2015

Positivamente!

Positividade. Depois de alguns dias em casa de molho por causa de uma pequena cirurgia, refleti muito nessa palavra. Eu acreditava ser uma pessoa otimista. Porém, nos últimos tempos não sei se pelo peso da rotina ou por algumas questões como o afastamento do meu pai e o fim definitivo do meu último relacionamento, fui perdendo o brilho e a alegria contagiante que me eram características.

E me ver em casa, durante dez dias por um motivo sério - embora não tão grave - fez com que eu enxergasse o quanto eu tenho uma vida abençoada. Tirando esse pequeno problema, sempre fui uma pessoa saudável. Tenho uma família que me ama, cuida e me respeita profundamente - chego a ser considerado o tio caçula, não o neto mais velho -. Tive a oportunidade de estudar numa universidade pública, frequentar o curso que eu sonhava praticamente sem trabalhar. Sou concursado na prefeitura local e, profissionalmente, tenho várias possibilidades - de ganho médio mas estável.

Então, é mesmo uma vergonha pender pra negatividade. Claro que eu precisava de alguns puxões pra ser menos sonhador e ter mais foco. Mas, nada que precise tirar meu otimismo e principalmente a fé em mim mesmo.

Tenho tantos sonhos! A certeza que o mundo me espera! Tanto a fazer! Criar! Então, hoje mais do que nunca, o projeto Vida Nova tem uma nova importância: viver positivamente!

Eu quero! Eu posso! Eu consigo!

E vamos lá!

domingo, 10 de maio de 2015

Eu que sempre gostei de permanências

Eu que sempre gostei de permanências tive que aprender que a mudança é o princípio fundamental da vida. Não que esta mudança seja sempre positiva.

Infelizmente, não é.

As vezes o amor desaparece deixando o vazio em seu lugar. Por vezes, o carinho é substituído pelo nojo e a presença tão necessária se torna um motivo intransponível de desconforto.

Mas, talvez a mudança que seja mais difícil é a interna quando você descobre que o corte do cordão umbilical no nascimento era um símbolo fundamental da experiência nessa terra: a solidão.

E que se vê sozinho, em meio a multidão. E ser é sempre só. Ninguém partilha os olhos, os ouvidos, o coração. E mesmo quando partilha, não é soma é divisão.

E aquilo que é doado jamais retorna ao estado inicial. Porque doar esperando algo em troca é venda, escambo, expectativa furada.

Amar sem intentar retorno é dom divinal. Mesmo sem nada em troca, é fonte inesgotável... Mas, o infinito sempre acaba. E é hora de mudar.

E eu que sempre gostei de permanências...

terça-feira, 5 de maio de 2015

A causa

A causa de todo o sofrimento recente é o conjunto de coisas não vividas. E quando paro pra pensar, chego a conclusão de que vivi perdido em planos e que as inconclusões me perseguem.

É a porta que me recusava a fechar para que aquele quase amor voltasse novamente a me cercar. Sugando os sorrisos, prometendo os mundos sem fundos e trazendo de volta toda aquela tristeza, angustia e solidão que me era tão presente antes do encontro comigo mesmo.

Eram os personagens tão conhecidos dos meus sonhos de adolescente. Expressões coloridas de uma alma ávida por uma vida melhor que demorava, se complicava e com a qual não havia modo melhor de lidar que com a fuga. Não era necessário drogas ilícitas ou baladas noturnas: bastava o colorido do lápis e o frescor do caderno brochura recém adquirido.

E a experiência do perdão. Sim, perdão. A vida que de tão injusta e mutante, não deu tempo para a cura das feridas que se avolumaram e tomaram toda a pele. O perdão aos pais humanos que são, em suas fraquezas, inseguranças e dúvidas. Afinal o que fazer com um ser tão frágil, sensível, semelhante na face e completamente distinto no coração?

A causa enfim da dor que cresce à cada dia é claramente o conjunto de coisas não vividas. Mas o tempo, ingrato nos sorri as vezes. Ainda há tempo.

Tudo pode (e vai) ser diferente!

segunda-feira, 27 de abril de 2015

Medo

Tenho medo de muitas coisas nessa vida: de sapo, de morrer sozinho, de médico, até de palhaço... E nunca imaginei que um dos maiores deles se materializaria dessa forma: ter um problema de saúde.

Tudo bem, não é nada assim tão grave - um tipo de desgaste do cristalino no olho - que me obriga a fazer uma cirurgia. O que me fez pensar e repensar tanta coisa!

Como é interessante e ao mesmo tempo aterrorizante descobrir que você não é um super herói indestrutível e que nem sempre o tempo resolve pra você as questões que a vida coloca.

Se eu pedi a Deus que me desse coragem e força pra lutar. E que superasse o medo de viver, Ele em sua infinita sabedoria lançou esse desafio: enfrentar um dos meus maiores medos e ao mesmo tempo, mostrar que o tempo passa e que certas decisões e soluções cabem sim, inteiramente a mim.

E que no fim, ainda que a companhia seja profundamente interessante, importante e necessária nessa jornada, a única pessoa que nos acompanha do começo ao fim somos nós mesmos.

E que a lição seja aprendida em profundidade!

Seja o que Deus quiser!

sábado, 25 de abril de 2015

O que estou fazendo da minha vida

Essa pergunta tem circulado minha mente nos últimos dias e a resposta é a mais terrível de todas: ABSOLUTAMENTE NADA!

E isso é terrível. Sinto como se o tempo estivesse se esgotando e a areia que cai da ampulheta gradualmente vai contando mais grãos na parte de baixo.

Mas, me falta ânimo, motivação. Vontade! Nada tem muita graça nos últimos dias e eu honestamente não sei por qual razão.

Não está tudo 100%, nunca está, mas nem é tão ruim assim. É como se eu pesasse toneladas e a resistência do ar fosse cada dia maior.

Minha vontade é deitar em minha cama e assistir séries até conseguir vencer todo o catálogo disponível no Netflix. Mas, posha, isso lá é viver?

Do alto dos meus 26 anos acho que a rotina de um jovem não deveria ser assim tão morna. Tão sem graça e ao mesmo tempo me falta vontade!

Um motivo pra lutar!

Meu Deus! O que estou fazendo da minha vida?!

segunda-feira, 20 de abril de 2015

E mais uma vez...

E mais uma vez ele se foi. Claro que essa partida tem sido a prestações nos últimos dois anos, mas, agora creio o último fio de esperança se rompeu.

Foi bom ter esse horizonte me esperando nos últimos anos e essa certeza de que um dia seria casado, com aquela pessoa, que os filmes românticos da sessão da tarde tinham lá sua razão e que nosso destino estava traçado.

Mas ele mudou, eu mudei. E se tem uma coisa me incomodando nos últimos anos é ter a sensação de que alguém pegou em minha mão pra escrever o roteiro da minha vida. Chega disso. 

Agora, com esse volume estelar de energia liberada vou focar naquilo que eu realmente quero e acredito ser o caminho certo pra mim!

E que Deus me ajude!

sábado, 18 de abril de 2015

Eu podia...

Eu podia fazer de conta que estou com alguém pra te enciumar. Pra dizer que o lugar que ainda é seu já está ocupado. Mas não fiz.

Eu podia jogar, fazer ciúmes, postando uma foto como se fosse pra alguém, só pra chamar sua atenção, mas, não faria sentido.

Eu podia fazer um drama, chorar, gritar, pichar seu portão, atrapalhar sua vida, mas, isso não tem nada a ver comigo.

Resolvi que é mais simples, prático e efetivo: a vida é minha e eu vou fazer dela o que eu quero. De resto, são todos apenas coadjuvantes ou participações especiais.

Eu desisto de você e escolho a mim mesmo!

quinta-feira, 16 de abril de 2015

Sobre o que incomoda

Nada incomoda mais que o conceito pré-estabelecido nesta vida. Hoje tive uma longa e franca conversa com minha mãe que, como disse em outras ocasiões, não concorda exatamente com minha "opção" sexual. Como se escolha fosse...

Mas, no assunto de hoje o que mais me incomodou foi a necessidade de diferenciar os relacionamentos hétero dos relacionamentos gays, como se o primeiro fosse entre seres humanos e o segundo entre marcianos. É tão claro para mim e para aquelas pessoas que já se abriram a essa velha novidade que não há diferença, afinal, nossa sociedade - embora tenha ainda muitas questões a resolver - pouco diferencia o homem da mulher quando consideramos a experiência do amor. (Na verdade a diferenciação é cada vez menor graças a luta das guerreiras feministas que ao longo do século XX tanto conquistaram...)

Entendo claramente que nossas relações colocam em cheque os papéis histórico-socialmente construídos do homem e da mulher, e que no fundo seja esse questionamento o que tanto incomode os vigilantes da moral e dos bons costumes. Ao mesmo tempo que percebo o quanto nossa sociedade sofre exatamente por tentar enquadrar em caixinhas as mil diferentes cores que o gênero humano possui, parafraseando a querida voz francesa da atualidade, Zaz.

E nessa situação me vejo cada dia mais convencido de que não é por acaso que nasci na família que nasci. Existem muitos conceitos ainda a serem desconstruídos e muitos preconceitos mais para serem trabalhados. Essa missão é em parte minha e acho ela belíssima e poderosa. Embora não seja tão simples e muito menos indolor.

E é engraçado visto que as necessidades humanas são tão básicas, embora culturalmente procuremos diferenciações: todo mundo precisa de beijo, abraço, comida, sexo, proteção, atenção, voz. Infelizmente, também de dinheiro, até que algum iluminado consiga mostrar um caminho melhor que este que estamos trilhando.

Então, acho que o começo necessário - mais que um bom começo - é exatamente o respeito. Porque no fim, todo mundo precisa viver, todo mundo precisa amar e essa passagem é tão breve, não é mesmo?

Vamos caminhando! Um dia a gente chega lá!

terça-feira, 14 de abril de 2015

Oração

E seus dias eram mais coloridos que o arco íris e a caixa de lápis de cor de quarenta e oito cores. Sua mente não parava um instante sequer... A vida passava inteira diante de seus olhos e recomeçava, diariamente.

Queria crescer, ser livre, desinquieto de natureza. Considerava-se cidadão do mundo. Do universo. A realidade das coisas era seu lugar.

Era imenso como o infinito e mais profundo que os oceanos de Júpiter, caso existissem. Era tudo e nada ao mesmo tempo. Reflexo perfeito daquele que o criara. Existia apenas para a imaginação. A fé era sua matéria.

Muito antes do tempo já criava. E com o tempo menino, grandes eram suas peripécias. Nada havia além de si, de sua vontade e da força que é a criação em essência. Por isso a novidade lhe era tão cara. E a vida, intensa, tão importante.

Por isso, sua realização se fazia na estrada. Tocando o mundo com os olhos e sentindo na pele o vento alheio. Ali achava sua felicidade. Sendo ninguém, alguém, diferente, inconstante, estranho. Belo.

quinta-feira, 9 de abril de 2015

Não foi dessa vez

Algumas coisas acontecem em nossas vidas com o simples intuito de nos ensinar, fazer crescer. Aventar a possibilidade de retorno com você foi uma delas. E me fez ver o quão distantes emocionalmente nós estamos.

E isso é engraçado: começamos essa relação em posições completamente opostas ao lugar que ocupamos agora... Você em busca de amor, do seu príncipe encantado... Eu, movido pela atração física. E isso, devo agradecer a você: Agora eu sei distinguir bem quem é quem. Uma pena que você tenha incorporado esse equívoco que eu tinha e não perceba.

Depois de tudo que eu vivi, que eu suportei, superei e digeri em minha vida, tenho uma clareza muito grande do que quero pra mim nesse momento: uma relação tranquila, com sabor de fruta mordida e companheirismo. Até porque é o momento para construir, não consumir.

Não sei se você tem clareza sobre isso mais...

Bom é que, nesse momento tão crucial pra mim, em que estou prestes a começar uma grande mudança, você me deu os motivos para desvincular e seguir em frente. Com um aprendizado que me fez emocionalmente deixar de ser um garoto meio perdido e sem noção para um homem que sabe muito bem onde quer chegar.

Repito o aviso que te dei: essa foi a última chace... espero que não se arrependa!

segunda-feira, 6 de abril de 2015

Por que deixei você... ou uma nova chance

Pensamos em nos dar uma nova chance. Depois de uma longa conversa que durou apenas seis horas - ininterruptamente - concluímos que temos muito em comum, o papo flui bem, cada dia temos mais tesão um pelo outro e, sim, existe um enorme carinho.

E nesse assunto, levantamos questões que nos levaram ao fim desde a primeira vez: insegurança, falta de paciência, carência, chiliques, egoísmo. Resumindo assim não dá pra entender. Eu explico: ao contrário do que ficou parecendo à época, não te deixei pra ser um aluno melhor ou por não te amar mais.

Muito pelo contrário, quando estava com você tirei as melhores notas da faculdade. O motivo de ter tomado a drástica decisão de te deixar foi porque eu não aguentava mais algumas atitudes imaturas suas. Não sei se você se lembra, mas, brigávamos sempre que tocávamos nos assuntos: viagens acadêmicas, meus amigos, sair de casa.

As viagens faziam parte de minha formação, acho que esse ponto já foi superado. Uma pena que em algumas delas, tenha passado a maior parte do tempo discutindo em mensagens de texto com você. Acho isso muito engraçado agora, embora, na realidade, seja triste. Mal me lembro da cidade de Ouro Preto, por exemplo.

Quanto ao fato de sair de casa, sei agora que era uma insegurança que eu tinha. Medo na verdade. De nós dois não darmos certo e eu não ter pra onde voltar e ter que me virar sozinho. Pense comigo: se eu saísse de casa antes, pra morar com amigos, seria muito menos traumático para minha família que até então não sabia de minha orientação - e na época, eu pensava que saberiam dessa forma: quando me casasse com você -. Como sou teimoso, mesmo meio nonsense, insistia nessa ideia. Como você sabe, nada disso aconteceu e acabei me assumindo de outra forma.

Por último, e a única questão ainda complicada pra mim é em relação aos meus amigos. Sei que eles tem algumas atitudes que você não concorda, mas, por outro lado, SEMPRE estiveram ao meu lado e eu sei o esforço que cada um deles tem feito para amadurecer e tomar responsabilidade sobre suas respectivas vidas. E nunca, vou deixá-los ou excluí-los de minha vida. E quero que frequentem minha casa, seja ela só minha ou nossa. Da mesma forma que vou querer que os seus participem de nossa vida em comum, caso realmente aconteça.

Superados esses pontos, sempre acreditei que você fosse o homem da minha vida: não é perfeito, pode não ser o marido que meus amigos desejam pra mim, mas, você sabe que o amo. Espero que essa nova chance seja definitiva e que consigamos ser felizes juntos, construindo novos degraus em nossa história.

Seja o que Deus quiser!

quinta-feira, 2 de abril de 2015

Sobre a vida

A vida tem me dado uns empurrões interessantes: no começo do ano o susto com a possibilidade de ter uma doença incurável, agora, a quase certeza de ter um problema sério de visão. Se ano passado foi um ano de passagem e correria, ao mesmo tempo de profunda reflexão, esse ano parece ter vindo para rompimentos bruscos e muita luta.

Mas o coraçãozinho já anda tão combalido. É tanta coisa pra lidar que já nem sei onde termina meu sentimento e onde começa o do mundo. Tanta coisa fora do lugar, que meu mundo interno parece de cabeça para baixo.

Tem muita coisa boa, eu sei. Seria um ingrato se não reconhecesse tudo de bom que eu tive e tenho em minha vida. Mas, tou me sentindo limitado. Preso. Acorrentado a essa realidade que só troca de número, de clima, de luminosidade. Em movimentação constante e ao mesmo tempo estática.

Preciso colocar meu infinito pra fora e mudar as cores dessa realidade. Preciso voar e viver. Conhecer outras coisas, sabores, imagens e pessoas. Correr o mundo a pé, de bicicleta com a mochila nas costas. Tudo me é tão pesado e minha alma efêmera. Não posso continuar acorrentado.

Tenho que ensinar a esse corpo que ele me pertence e deve obedecer! Já não basta mais viver de planos, projetos frustrados, viagens internas e sonhos. Preciso realizar. Tem que ser agora!

terça-feira, 31 de março de 2015

Mais amor por favor

Desde muito pequeno, me contam, uma das minhas características marcantes era o altruísmo. Carinha de bom moço, bom ouvinte, paciente. Não é que não seja. Mas, estou cansado!

Não cansado de ser de bem, isso faz parte de mim, que fique claro. Mas, de nesse processo ir acumulando as dores, as dúvidas, as dificuldades do outro, sem conseguir de alguma forma filtrar ou dissipar. E essa carga pesa as vezes.

Por que é tão difícil receber amor? Precisava só de um pouquinho assim, ó! Uma chance de falar um pouquinho. Descansar a cabeça em um colo receptivo e poder chorar ou apenas ficar em silêncio observando o céu.

Tenho medo dessa barragem se romper... É muita lágrima acumulada.

segunda-feira, 30 de março de 2015

Tanta coisa ou novos rumos?

Coragem nunca foi meu forte. Tudo bem que foquei muito em me aceitar homossexual e em lidar com minha família em relação a isso. Mas, corajoso em outros aspectos, como o profissional, nunca fui exatamente.

Nesse momento, poderia escrever mais um longo capítulo do martírio amoroso que vivi nos últimos tempos, com a repetição do padrão e o retorno dos que já deviam ter ido a muito tempo, porém, escolhi agir de forma diferente desta vez.

Primeiro, não nasci pra arrastar corrente. Segundo, não sou objeto sexual que as pessoas usam, lavam e guardam na caixinha. Terceiro, eu quero muito mais da minha vida!

E, por tudo isso - e também, graças ao Projeto Vida Nova em 2015 - resolvi mudar de cidade. É a decisão mais corajosa que já tomei em minha vida e espero, me ajude a perder o medo de arriscar! Vou embora pra São Paulo! Eu e Deus!

E seja o que Ele quiser!

sexta-feira, 27 de março de 2015

A homofobia nossa de cada dia

Em tempos de alvoroço na internet por causa das críticas ao trabalho de Fernanda Montenegro e Nathália Timberg (Não sei se é assim que escreve, mas, vamos lá) eu me deparo com situações tão dolorosas quanto os absurdos das redes sociais e dos fundamentalistas religiosos.

Hoje, no grupo da família no whatsapp brincando com minhas primas, recebi de minha cunhada o pedido de um sobrinho. Nada mais natural, uma vez que eu mesmo venho pedindo a ela desde o casamento que quero ser tio logo... Pra minha infelicidade, minha mãe entrou logo depois no grupo e deu uma alfinetada de leve. Não que seja alguma novidade pra mim esse tipo de atitude vindo dela, o que só torna as coisas piores.

Será que o fato de eu constituir uma família com outro homem desqualifica o amor, o cuidado, o carinho e a educação que eventualmente poderia dar a uma criança? E o que é pior, ela não confia na educação que me deu? No fundo sei que não é isso, é a velha e hipócrita preocupação com o que os outros vão falar.... Quando na verdade, ninguém diz nada!

É muito triste isso. Ainda mais por saber que eu sou, de minha geração, o que tem melhor formação escolar e universitária. Funcionário público e dos netos, sempre o mais amoroso e educado.

Que venham mais Teresas! Que haja beijo gay e até grego! E a família tradicional que é capaz de fazer isso com seus filhos: que se dissolva. Se é que alguém ainda vive em família de margarina!

E ainda me perguntam porque faço terapia. Posso?

segunda-feira, 23 de março de 2015

Fim de semana especial

Hoje estou moído após cumprir com uma das metas do meu Projeto Vida Nova em 2015: passei o fim de semana em São Paulo com amigos, para assistir o maravilhoso show no Ibirapuera das cantoras Céu, Zaz e Tulipa Ruiz... Foi incrível!

Primeiro porque saí bastante do mundo virtual, com poucas incursões para dar notícias à família e postar fotos, quase o fim de semana todo longe da net. Foi muito bom colocar a cabeça no lugar longe da telinha brilhante.

O show foi maravilhoso! Indescritível a sensualidade da cantora Céu no palco, chamando todos a cantar junto e dançar malemolente. Uma energia incrível!

Durante a apresentação da Tulipa me perdi de minhas amigas, então, nem a ouvi direito. Mas ela mandou bem.

Agora, a estrela internacional da noite foi fantástica: que energia, que voz, que tudo! Amei ver Zaz ao vivo! Pular e cantar junto mesmo com uma mochila com 15 kg nas costas e com pancadinhas de chuva!

E me sentir jovem. É engraçado dizer isso do alto dos meus 26 anos... Mas fico tão preso à rotina que esqueço que além de construir um futuro, preciso viver!

E me sentir vivo era necessário!

Uma meta em andamento!

Cangote

A muito tempo não pensava sobre isso: sensualidade... E isso é engraçado porque até um tempo atrás eu não tinha nem um tipo definido pra chamar de meu. Acho que agora eu tenho.

E a fonte dessa descoberta não podia ser outra além da música. Já gostava da batida, mas, depois de ouvir a Céu cantar ao vivo no Ibirapuera esta se tornou uma das canções da minha vida...

E afinal, o que é ser sexy? Ah menino bonito, pode ser o olhar... Pode ser o beijo. Ou aquele jeito de se encolher todo quando minha barba encontra seu cangote.

Pode (e deve!) ser a inteligência, de preferência com agilidade: rir de memes e pronunciar corretamente o nome de filósofos.

Ah é tanta coisa! E o melhor é reafirmar que nada como uma boa viagem para recomeçar!

sexta-feira, 20 de março de 2015

Egoísmo ou amor próprio?

A diferença entre esses dois é tênue: de um lado o conjunto de decisões que precisamos tomar e de outro, as expectativas alheias. Claro que querer agradar todo mundo é impossível, não sou inocente de achar que seria capaz. Mas, deixar a imagem de bonzinho no passado é complicado. Fui criado para ser bonzinho: o neto bom, o filho bom, o aluno bom.

Mas sabe? Minha angústia é no sentido que no fundo eu sei, se agir de forma mais drástica, posso ser ótimo! Eu sei que tenho muito a fazer de minha vida ainda e essa rotina atual só me sufoca! Não nasci pra viver da casa pro trabalho e vice-versa. Até porque se meu destino fosse esse, não teria os dons que tenho para o desenho e outras habilidades manuais. Não é arrogância.

É que tenho um oceano de possibilidades, de ideias, criações, inundando meu ser. E acredito que seria bom não apenas pra mim, se isso transbordasse por minhas mãos para o mundo! Preciso de beleza! Preciso fazer e ser!

E, enquanto não cortar o cordão umbilical isso não será possível!

É chegada a hora!

quinta-feira, 19 de março de 2015

Projeto Vida Nova em 2015

Como está dia mais claro em minhas postagens, estou cansado da rotina que venho enfrentando nos últimos anos. Sim, anos! Por isso, resolvi algumas questões que preciso colocar em prática até dezembro de 2015, que são elas:

1 - Fazer alguns cursos pendentes (Informática, inglês, corte e costura, modelagem e dar mais valor ao francês)

2 - Ganhar mais (Distribuir currículos para colégios particulares ou tentar uma promoção - essa é difícil, mas vai que?)

3 - Escrever um projeto digno de mestrado!

4 - Amar de forma mais leve e descomplicada - se quer, bem! Se não quer, NEEEEXT!

5 - Mais diversão no mundo real! (Não estou te abandonando Netflix, seu lindo!)

6 - Pensar menos e agir mais! Podia começar não fazendo listas né?

7 - Mudar de cidade!


Esses itens resumem o projeto Vida Nova em 2015!


E lá vamos nós!

segunda-feira, 9 de março de 2015

Resoluções e novos rumos

Comecei esse ano um pouco perdido em relação aos meus objetivos e caminhos para esse ano e para os próximos. Cheguei numa idade que eu acredito o planejamento deve ser mais a longo prazo para que as metas sejam alcançadas de forma efetiva e eu possa dar realizar alguns sonhos.

No fim, a dificuldade era muito mais em relação a questões pendentes no âmbito emocional. Por isso, retornei à terapia e tenho certeza que tudo vai se ajeitando ao longo desse ano.

Mas, para a terapia ser efetiva e eu conseguir caminhar (na verdade, preciso correr! ) eu precisava deixar alguns pesos para trás. O maior deles era o amor, ou o fim dele, em relação a meu último namorado. Nunca pensei que seria tão difícil desvincular de alguém como foi dele. Quem acompanha o blog viu como essa história foi turbulenta e desgastante e que já era tempo de deixar no passado.

O resultado? Preciso aprender a me valorizar mais e atentar para quem se preocupa comigo e faz questão de estar ao meu lado. Não preciso mendigar atenção de ninguém, ainda mais quando a pessoa não dava mais a mínima para mim a tempos.

O que aprendi com isso? Que a gente precisa se responsabilizar mais pelo que nosso coração sente. E que se ele judiou, humilhou e desrespeitou tanto o sentimento bonito que eu nutria por ele foi pura e simplesmente porque eu permiti. Então, resolução 1: Acabou!

Também, nesse fim de semana o sol começou aparecer por trás das nuvens em relação a relação com meu pai... Sei que precisaremos de muita paciência e que não será fácil, mas, pelo menos agora eu conto com a vontade dele de resolver tudo entre nós. O filho gay está começando a brotar no coraçãozinho dele e tenho fé que um dia (ou logo) ele vai aprender me respeitar integralmente.

E essas duas resoluções tem me nutrido com uma força tremenda. Agora mais do que nunca sinto a necessidade de seguir em frente e de conseguir novas vitórias. O que tinha em mente era o mestrado, como norte para as realizações desse ano. Agora, creio que novas ideias tem surgido e podem tomar seu lugar.

Aguardemos os próximos capítulos!

XOXO

quarta-feira, 4 de março de 2015

Encontros e despedidas

Entendo que a vida seja pautada por esse ciclo de encontros e despedidas. Pessoas que se afastam sem que possamos perceber e outras que chegam de mansinho e ocupam quase que todo o espaço. Algumas, são tão especiais que por mais que já tenham deixado esse plano, continuam conosco. Outras, quando são lembradas, são por momentos, uma fotografia ou uma história qualquer. Qual é o nome mesmo daquela pessoa que sentava ao seu lado no colégio?

Dos que ficam, os amores são os mais marcantes: namorados, pai e mãe, os avós, irmãos, tios... Possivelmente os mais chegados.

Namorados são interessantes: vem e vão. O primeiro jamais é esquecido. No meu caso, tenho um blog inteiro que contempla toda a história, da paixão fulminante ao profundo desespero do fim. Porque sou desses intensos que poderiam escrever cartas e provável, sucumbi ao amor no período romântico.

Não queria fazer deste espaço um painel desse tipo novamente. Meu propósito aqui foi dividir pensamentos e experiências variadas, inclusive meu gosto por música e moda. Mas, as vezes, os pensamentos são tão pesados, a dor é tão profunda e a intensidade fala tão alto que é necessário escrever. Ou escrevo ou enlouqueço, completamente.

E sim, preciso confessar que agora dói. Saber que o amor seguiu seu curso e seu coração está nas mãos de outro doeu. Dói. Vai doer por alguns dias.

Você pode dizer que foi uma escolha minha e completamente minha. De certa forma foi. E sei que foi o melhor.

É que pra mim ainda não acabou. Você ainda vive aqui.

Espero que deixe a casa em ordem ao sair.

E não se esqueça que esse "adeus" vale como um "até nunca mais nesta vida".

Porque esse é o fim.

terça-feira, 3 de março de 2015

Não sou assombração!

É sério! Estou cansado de ficar arrastando corrente! Tanta coisa que fica rondando minha mente enquanto fico cada dia mais paralisado que não sei mais o que fazer.

Na verdade sei. Preciso ser mais grato! Sim, grato. Agradecer que mesmo não superado totalmente o relacionamento passado, aprendi muito. Mesmo não tendo o pai que desejava, ele cumpriu seu papel pela maior parte da minha vida. Ser grato pela vida afinal.

Não é negar as dores e sofrimentos. A vida não é perfeita e no fim, estamos aqui para aprender certo?

Assim, o jeito é limpar o coração, colocar a mochila com as coisas boas nas costas e seguir viagem!

Quem sabe o que o hoje nos reserva? Parado não tem como descobrir!

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Dia nublado

Hoje o clima amanhecei combinando comigo: triste. Não apenas pela perda de uma pessoa que eu admirava muito mas por ter sentido na pele novamente o que significa saudade.

Você se tornou a personificação da saudade em minha vida. Falar com você, pra te dar a noticia ruim do dia foi tão dolorido quanto a perda. Talvez mais porque nossa grande amiga tenho certeza lutou até o fim, e se parte agora é por ter uma nova missão a esperando do outro lado.

Mas você não. É engraçado que esse "você" vale para duas pessoas que me disseram amar eternamente e que em momentos distintos da vida foram meu porto seguro. O abraço de conforto. A segurança e o incentivo para continuar na luta.

Pena que o que vocês me ensinaram foi que nada é pra sempre: Nem o amor que supera a barreira da vida nem o amor de pai e filho.

De tudo isso agora fica a certeza que nada é eterno a não ser a necessidade de ser forte.

Mas tenho sido forte a tanto tempo!

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Ignorado

Não é segredo que meu pai rompeu comigo ao ter certeza de minha sexualidade, num episódio de frieza q ignorância. E isso dói e tem doido cada dia mais.

Claro que nem todo dia é ruim, muito menos tenho somente essa questão a me preocupar. Mas, tem dias como hoje que a saudade, a frustração e a raiva de ser tratado dessa maneira se somam e chegam ao ponto de invadir meus sonhos.  E que sonho, meu Deus!

Um pesadelo que só atesta o quanto é difícil novamente lidar com essa rejeição. 

Estou aqui inteiro e íntegro. Isso vale muito mais do que cada minuto sendo ignorado. E como dizem por aí, o que não tem remédio, remediado está!

Fazer o que? Ele sabe o que está perdendo...

domingo, 8 de fevereiro de 2015

Saindo da toca

Esse fim de semana, finalmente, resolvi sair da toca e ver meus amigos. O que foi muito bom porque estava a ponto de enlouquecer de ficar em casa.

Eu sou muito complicado nesse sentido, uma vez que fui criado para ser SEMPRE responsável e no caso, a escolha entre baladinhas de fim de semana e as contas do mês pra mim é óbvia. Mas, nem só de trabalho vive o homem e de vez em quando a distração é necessária.

Uma pena foi a ressaca que veio de brinde após dois litros de um saboroso vinho que eu tomei sem ver entre gargalhadas, fofocas e lembranças.

Realmente, quem não tem amigos, não tem nada!

terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Objetivos

No começo do ano decidi que meu objetivo para esse ano seria a aprovação no mestrado. Colocaria todas as minhas forças para realização deste. Como disse anteriormente, estudar moda e fazer moda sempre foi uma paixão não vivida e, como a história está em todas as coisas feitas pelo homem, nada mais natural que esta junção.

É desafiador. Cumprir essa determinação requer de mim muita dedicação e, as vezes, me sinto mal por não conseguir atender as demandas que aparecem. Isso porque, junto a essa definição cheguei à conclusão de que não sou uma pessoa sem foco, muito pelo contrário. Demoro décadas para decidir, mas, quando a decisão se cristaliza em minha mente não há desafio, limite ou dificuldade que me pare!

E isso me deixa feliz. Mas, ao mesmo tempo com a tarefa de entender que a vida não se resume apenas a uma questão. Por exemplo, o mestrado vai me ajudar em muito abrindo portas e até mesmo, me fornecendo referenciais que vou poder usar no exercício de minha criatividade posteriormente. Porém, preciso criar VERGONHA NA CARA e sair de uma vez da casa da minha avó.

Essa outra necessidade muito me dói. Mas, como se diz, um doente não pode ajudar o outro. Para fazer meu papel de neto eu preciso me fortalecer. E, graças a Deus, não estou sozinho nessa: ela tem quatro filhos, cinco netos e três bisnetos. Além é claro de Vovô que tenho certeza vive em oração por todos nós lá do céu. Por isso, um outro objetivo surgiu: tentar dar a dimensão devida a todas as coisas e ocupar-me de tudo aquilo que me compete, jogando várias bolinhas de cada vez e dominando definitivamente o malabarismo da vida adulta.

Como dizem por aí, gay pensa como mulher mesmo, vai que cola de sair da vida das caixinhas determinadas para cada coisa para uma visão mais aberta!

Tenho fé que vai dar certo!

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Quando o passado bate à porta...

Ontem, domingo, recebi uma ligação que mexeu muito comigo. Meu primeiro namorado, que tem tentado desde o começo do ano fazer contato me ligou e conversamos por algum tempo sobre nossa história.

Ele foi meu primeiro amor. O primeiro namorado, a primeira pessoa que consegui dizer que amava e com quem vivi uma história muito intensa por vários meses. Pode ser que foi uma paixão avassaladora e não amor, não sei dizer. A maturidade não era meu forte naquele momento, o que atesta o próprio fim do relacionamento.

Mas, não sei se por estar numa fase de reflexão, que tenho que tomar uma atitude radical em relação à minha carreira e ao meu local de moradia, mexeu muito comigo. Não no sentido de querer voltar e tentar de novo, infelizmente.

Mexeu ao tocar em feridas que a muito estavam cicatrizadas e que de certa forma, mesmo não reabertas, incomodaram um pouco por mostrar certos pontos adormecidos do meu coração.

Um lado inocente, romântico e doce que é tão sofrido, que apanhou tanto e que de certa forma se escondeu embaixo de uma armadura de dúvidas, questionamentos e, por que não, isolamento.

E doeu vê-lo aberto e disposto, procurando aquele homem carinhoso, protetor e apaixonado que ele conheceu, que talvez não exista mais.

Por que a vida tem que ser assim? Não seria tão mais fácil se essa percepção tivesse vindo antes?

T.T

Rodopiando

É assim que se encontra minha mente, mais uma vez. Será que eu penso demais mesmo e acabo complicando tudo? Ou é minha percepção que é exagerada? Ou ainda, sou um dramático de natureza?

Creio nunca vou encontrar respostas para essas perguntas.

O que me aflige novamente, e que eu acredito ser a essência de todo o cansaço psicológico dos últimos anos é a questão do lar. Algo tão básico e que me tem feito tanta falta. Não que me falte um teto e carinho, na casa de minha avó. Seria um ingrato em dizer que vivo no pior lugar do mundo ou algo assim. O que deixa tudo ainda mais doloroso.

É uma sensação de não pertencimento. De estar sobrando. Incomodando. Por mais que ela mesma não diga isso, e o contrário, faça questão da presença de todos da família, não estou confortável. 

Pode ser a doença do meu tio sabe? Um possível transtorno mental ou o alcoolismo que tem feito todos da família preocupados. Mas, ao mesmo tempo que não temos certeza ainda de como lidar e do que podemos fazer, cada dia que passa ele ganha mais liberdade e se torna senhor do pedaço.

E tudo com a conivência dela. E isso me deixa muito decepcionado. Se até dois meses atrás tinha plena consciência e desejo de ajudar, apoiá-la no difícil processo de tratamento que esse tio pode ter que fazer. As últimas atitudes dela me deixaram de mãos atadas.

E ao mesmo tempo, não posso julgar: antes de tudo ela é mãe. Só me resta caçar um lugar pra mim. Um canto, um quarto, outro país. Não sei.

Só queria sentir novamente que tenho um lar tranquilo. No qual as pessoas se respeitam. Onde posso deitar e descansar sem ter medo de ser acordado no meio da noite por um surto ou implicância. E, principalmente, sem ter que entender cada mudança, cada pessoa que chega e que vai. Um lugar de calmaria e paz, por favor.

Acho que é chegada a hora de bater asas. Que bons ventos me guiem!

terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Colocando a cabeça em ordem...

A moda, todo mundo que me conhece sabe, é uma das minhas maiores paixões. Desde pequeno gosto de brincar com tecidos, criando espaços e roupas para bonecos de ação e afins. Não me esqueço de um ratinho de brinquedo que eu tinha, personagem infantil dos anos 80/90, que era o meu modelo favorito e que quase deixei minha mãe e avó loucas, quando o perdi.

Com o tempo, essa paixão ficou um pouco de lado, por um certo preconceito internalizado, eu acho. Meus pais, sempre muito atentos às preocupações e fofocas alheias, sempre me fuzilaram com frases do tipo: "Isso não é coisa de homem", "Isso não dá futuro!", e outras mais ou menos ofensivas, machistas e até homofóbicas. Mal sabiam eles que gay eu seria de qualquer jeito, independente dos medos, preconceitos ou conselhos que eles ou qualquer outra pessoa pudesse dar. Aliás, eu sempre fui né?

Nos últimos meses, especialmente com a terapia, fui trabalhando essas questões na minha mente. E vi que eu sempre sou mais feliz no meu trabalho atual quando tenho algum trabalho manual para fazer. Quando posso escrever ou criar. E meu hobby preferido sempre foi desenhar... Logo percebi que estava internalizando esse preconceito que, incutido, virou medo de encarar de frente essa vocação que sempre me encantou.

Agora, a moda se tornou o foco, pensando o rumo que pretendo dar à minha carreira e minha vida até o final de 2015. Com essa resolução em mente, acabei me deparando com algumas questões:

1ª) O fato de ainda não ter nenhuma formação voltada para a área de moda;

2ª) A extensão do campo da moda, desde as áreas relacionadas à criação até a comunicação;

3ª) Minha profunda ligação com as artes visuais;

4ª) Necessidade de dar um rumo à minha carreira;

5ª) Local onde moro e suas (poucas) possibilidades na área;

A solução para a primeira questão é o meu foco esse ano. O objetivo é unir o útil ao agradável e, aproveitando minha formação em história, buscar trabalhar o mestrado voltado para o assunto, seja discutindo uma figura, seja buscando tecer uma relação entre as artes visuais - especialmente a pintura - e a moda, com o foco específico na moda masculina.

É um grande desafio. E resolvendo-o, poderei articular todas as outras questões, visto que, pensar a moda e trabalhar com ela no campo acadêmico me servirá para resolver duas dessas questôes: encontrar o campo de atuação na área e construir uma ponte com as artes visuais. Ainda, vai me possibilitar contato com outros centros que podem abrir outras possibilidades, voltadas também à criação.

Na verdade, posso enxergar o mestrado como articulador de todos os problemas levantados, uma vez que vou estar dando um novo rumo à minha carreira, tambem.

É isso. Encontrei a solução.

terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Como esquecer

Uma das grandes ironias da vida é exigir a um historiador, que é por direito o guardião da memória e do passado, que esqueça. Mas, é necessário, a medida em que aceitar que algumas coisas passam em nossas vidas faz parte do processo de crescimento.

Mas, como esquecer? Fui treinado para correr atrás dos rastros e vestígios mais fugídios. Buscar cada resquício daquilo que já foi e minha mente não consegue se desligar desse hábito tão necessário à profissão.

Ou seria apenas o coração, que como canta Selena, sabe o que quer em detrimento da mente? Não sei dizer, embora no fundo pressinta que seja esta a realidade.

É preciso esquecer. Essa certeza eu tenho. Mas, fica abalada quando estou distraído e a primeira pessoa que me vem à mente é você.

Tenho buscado compreender. Ser grato à vida pelos momentos bons e pelo crescimento que nossa história me proporcionou. Mas, apenas isso não basta para mitigar a saudade.

Por isso fica a pergunta: como esquecer?

domingo, 18 de janeiro de 2015

Quando só resta escrever

Já dizia meu mapa astral: as vezes a sensação que eu tenho é de que meu corpo material é uma prisão para algo muito maior que busca desesperadamente sair e voar pelos ares livre.

Talvez seja essa a origem dessa angústia que me toma as vezes. Não é por algo ou alguém. É pura falta de espaço. Ou melhor dizendo, é a dificuldade que a matéria tem em acompanhar as viagens do espírito.

Mas, não só. Existem muitas coisas ainda latentes dentro de mim. Por mais que eu tenha como objetivo viver o perdão e a gratidão de agora em diante (Não é apenas uma promessa de ano novo) são dois sentimentos difíceis de alcançar!

Talvez falta maturidade, autocontrole, sei lá. Minha única certeza é que não nasci pra ser limão. Existe tanto amor aqui dentro. E tanta solidão.

Não que eu não curta ficar comigo mesmo. É que existe tanta coisa boa aqui dentro pra ser doada sabe? Talvez por isso essa sensação de que posso explodir a qualquer momento.

E é tanta saudade. Essa palavra é de todas a que mais me dói. Mas, agora só me resta escrever.