terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Colocando a cabeça em ordem...

A moda, todo mundo que me conhece sabe, é uma das minhas maiores paixões. Desde pequeno gosto de brincar com tecidos, criando espaços e roupas para bonecos de ação e afins. Não me esqueço de um ratinho de brinquedo que eu tinha, personagem infantil dos anos 80/90, que era o meu modelo favorito e que quase deixei minha mãe e avó loucas, quando o perdi.

Com o tempo, essa paixão ficou um pouco de lado, por um certo preconceito internalizado, eu acho. Meus pais, sempre muito atentos às preocupações e fofocas alheias, sempre me fuzilaram com frases do tipo: "Isso não é coisa de homem", "Isso não dá futuro!", e outras mais ou menos ofensivas, machistas e até homofóbicas. Mal sabiam eles que gay eu seria de qualquer jeito, independente dos medos, preconceitos ou conselhos que eles ou qualquer outra pessoa pudesse dar. Aliás, eu sempre fui né?

Nos últimos meses, especialmente com a terapia, fui trabalhando essas questões na minha mente. E vi que eu sempre sou mais feliz no meu trabalho atual quando tenho algum trabalho manual para fazer. Quando posso escrever ou criar. E meu hobby preferido sempre foi desenhar... Logo percebi que estava internalizando esse preconceito que, incutido, virou medo de encarar de frente essa vocação que sempre me encantou.

Agora, a moda se tornou o foco, pensando o rumo que pretendo dar à minha carreira e minha vida até o final de 2015. Com essa resolução em mente, acabei me deparando com algumas questões:

1ª) O fato de ainda não ter nenhuma formação voltada para a área de moda;

2ª) A extensão do campo da moda, desde as áreas relacionadas à criação até a comunicação;

3ª) Minha profunda ligação com as artes visuais;

4ª) Necessidade de dar um rumo à minha carreira;

5ª) Local onde moro e suas (poucas) possibilidades na área;

A solução para a primeira questão é o meu foco esse ano. O objetivo é unir o útil ao agradável e, aproveitando minha formação em história, buscar trabalhar o mestrado voltado para o assunto, seja discutindo uma figura, seja buscando tecer uma relação entre as artes visuais - especialmente a pintura - e a moda, com o foco específico na moda masculina.

É um grande desafio. E resolvendo-o, poderei articular todas as outras questões, visto que, pensar a moda e trabalhar com ela no campo acadêmico me servirá para resolver duas dessas questôes: encontrar o campo de atuação na área e construir uma ponte com as artes visuais. Ainda, vai me possibilitar contato com outros centros que podem abrir outras possibilidades, voltadas também à criação.

Na verdade, posso enxergar o mestrado como articulador de todos os problemas levantados, uma vez que vou estar dando um novo rumo à minha carreira, tambem.

É isso. Encontrei a solução.

terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Como esquecer

Uma das grandes ironias da vida é exigir a um historiador, que é por direito o guardião da memória e do passado, que esqueça. Mas, é necessário, a medida em que aceitar que algumas coisas passam em nossas vidas faz parte do processo de crescimento.

Mas, como esquecer? Fui treinado para correr atrás dos rastros e vestígios mais fugídios. Buscar cada resquício daquilo que já foi e minha mente não consegue se desligar desse hábito tão necessário à profissão.

Ou seria apenas o coração, que como canta Selena, sabe o que quer em detrimento da mente? Não sei dizer, embora no fundo pressinta que seja esta a realidade.

É preciso esquecer. Essa certeza eu tenho. Mas, fica abalada quando estou distraído e a primeira pessoa que me vem à mente é você.

Tenho buscado compreender. Ser grato à vida pelos momentos bons e pelo crescimento que nossa história me proporcionou. Mas, apenas isso não basta para mitigar a saudade.

Por isso fica a pergunta: como esquecer?

domingo, 18 de janeiro de 2015

Quando só resta escrever

Já dizia meu mapa astral: as vezes a sensação que eu tenho é de que meu corpo material é uma prisão para algo muito maior que busca desesperadamente sair e voar pelos ares livre.

Talvez seja essa a origem dessa angústia que me toma as vezes. Não é por algo ou alguém. É pura falta de espaço. Ou melhor dizendo, é a dificuldade que a matéria tem em acompanhar as viagens do espírito.

Mas, não só. Existem muitas coisas ainda latentes dentro de mim. Por mais que eu tenha como objetivo viver o perdão e a gratidão de agora em diante (Não é apenas uma promessa de ano novo) são dois sentimentos difíceis de alcançar!

Talvez falta maturidade, autocontrole, sei lá. Minha única certeza é que não nasci pra ser limão. Existe tanto amor aqui dentro. E tanta solidão.

Não que eu não curta ficar comigo mesmo. É que existe tanta coisa boa aqui dentro pra ser doada sabe? Talvez por isso essa sensação de que posso explodir a qualquer momento.

E é tanta saudade. Essa palavra é de todas a que mais me dói. Mas, agora só me resta escrever.