Um dos maiores desafios do ser humano, na minha opinião, é conseguir alinhar o discurso e suas ações, tornando-se assim uma pessoa cada dia mais coerente.
Nos últimos meses tenho feito uma profunda reflexão sobre meus princípios, qualidades e defeitos e algumas situações tem me colocado nessa desconfortável posição de ainda não conseguir agir exatamente como acredito. E em situações que esse alinhamento pensamento-ação seria, acreditava eu em minha inocência, completamente espontânea.
Sempre me considerei uma pessoa compreensiva. Tinha como uma qualidade inata aceitar as pessoas como são, independente das características apresentadas. No fundo, vi que não. Essa postura só era natural quando não era necessária, ou seja, quando a postura do outro soava exatamente como eu pensava também. Logo, mais uma vez me deparei com a grande capacidade do meu egoísmo e narcisismo.
Uma vez que aceitar quem concorda com a gente é algo absolutamente desimportante. O verdadeiro desafio é dialogar com o diferente, colocar-se no lugar de um outro que seja completamente estranho, entender o ponto que incomoda. Não é uma tarefa fácil.
Espero que com o tempo e os desafios que se colocam no meu caminho eu desenvolva essa habilidade. Afinal, minha própria condição mostra desde meu nascimento justamente a importância de aceitar o outro, o diferente, o incômodo. Não nasci gay numa família evangélica e militar apenas para ensinar aos outros a tolerância.
Acho que toda lição é sempre uma via de mão dupla. Aprendemos todos.
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