domingo, 10 de maio de 2015

Eu que sempre gostei de permanências

Eu que sempre gostei de permanências tive que aprender que a mudança é o princípio fundamental da vida. Não que esta mudança seja sempre positiva.

Infelizmente, não é.

As vezes o amor desaparece deixando o vazio em seu lugar. Por vezes, o carinho é substituído pelo nojo e a presença tão necessária se torna um motivo intransponível de desconforto.

Mas, talvez a mudança que seja mais difícil é a interna quando você descobre que o corte do cordão umbilical no nascimento era um símbolo fundamental da experiência nessa terra: a solidão.

E que se vê sozinho, em meio a multidão. E ser é sempre só. Ninguém partilha os olhos, os ouvidos, o coração. E mesmo quando partilha, não é soma é divisão.

E aquilo que é doado jamais retorna ao estado inicial. Porque doar esperando algo em troca é venda, escambo, expectativa furada.

Amar sem intentar retorno é dom divinal. Mesmo sem nada em troca, é fonte inesgotável... Mas, o infinito sempre acaba. E é hora de mudar.

E eu que sempre gostei de permanências...

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