segunda-feira, 23 de dezembro de 2019

Adeus ano velho!

Não sei como você está se sentindo ao ler isso, mas, do lado de cá esse fim de ano e de década está um tanto quanto cinzento. Não sei se por causa do tempo chuvoso do verão nessas bandas de cá, ou se pelo cansaço acumulado dos últimos anos, as coisas não tem apresentado suas cores normais por esses dias.

No fundo, sei que tudo vai melhorar e que o que tenho sentido é resultado de uma década muito puxada. Convenhamos, minha vida mudou completamente de 2010 pra cá. Fazendo um balanço rápido, foram os anos nos quais descobri o que é estar num relacionamento, com os outros e comigo mesmo, que estabeleci meus laços de amizade mais fortes, me encontrei profissionalmente como estilista/costureiro/criativo, enfim... foi uma época tão intensa que não é atoa se mostra agora tão cansativa.

A sorte é que tenho alguns dias nesse comecinho de 2020 pra colocar as ideias no lugar e enfim agradecer por todas as mudanças, por aqueles que vieram e tanto ensinaram (mesmo não ficando no final), por aqueles que não mudando também me ensinaram a ser diferente, pela presença de Deus na minha vida (com a grande reconciliação com a fé que foi minha entrada no Espiritismo Kardecista), pelos anos que vivi sozinho e aprendi a apreciar minha própria companhia e agora, pelo casamento.

Enfim, eu mudei mais em 10 anos que em todos os outros 21. Amadureci em muitos aspectos, tenho certeza. E ainda tenho um mundo pela frente. E o melhor é que agora esse mundo tem forma, rumo, significado, não é mais a massa disforme e infinita que se apresentava 10 anos atrás!

E só posso dizer a 2020: seja bem-vinda Nova Década! Anos 20 aí vou eu!

E que venha o projeto 40!

Até o próximo desabafo!

segunda-feira, 21 de outubro de 2019

Mais um desabafo

Cresci num contexto no qual sempre me senti um estranho, só pra você ter uma ideia, sou de família evangélica e pai militar. E gay. Não que isso devesse lá ser muito importante ou fosse motivo pra qualquer exclusão. Mas foi. E pelo jeito é.

Por diversas vezes ser eu mesmo era motivo de reprimendas, de coisas simples como um "senta direito menino!" ou "menino brinca com menino" e o clássico "boneca é para meninas!". E a gente vai sendo moldado pela vida, aprende que deve observar se tá gesticulando demais ou falando fino demais.

E chega um ponto que deixa a própria sensibilidade de lado. Aquele olhar que beirava a pureza vai dando espaço para o medo. Aquela expectativa ruim de não saber de qual direção viria o próximo olhar torto, a próxima agressão, física ou psicológica.

E a gente acredita que quando se torna adulto, de tanto levar porrada da vida, aprendemos a lidar. Que nos tornamos praticamente invulneráveis, que depois de certo tempo a gente consegue lidar. E até consegue.

Mas tem dias que a criança ferida lá no fundo da alma emerge e tudo fica mais dolorido. E a gente percebe que ninguém além da gente mesmo vai conseguir abraçá-la, secar suas lágrimas e mostrar que tudo vai ficar bem.

É difícil viver num mundo assim. Mas seguimos tentando. Mesmo que algumas situações nos mostrem o quanto a gente queria apenas fazer parte, nem que por um mero instante. Sentir que sua família e seu pai poderia mudar, ter mais empatia e acolher você em seus braços, fazendo você se sentir amado de verdade, filho de verdade.

Não apenas um estranho, quase que aquele sobrinho que mora fora e só é visto em raras ocasiões.

Será que um dia eu vou sentir que tenho um pai?

quarta-feira, 9 de outubro de 2019

Terapia nossa de cada texto

Precisamos as vezes falar, colocar para fora de alguma maneira o aperto que parece esmagar o peito. Hoje é um dia assim, dia que até o céu amanheceu nublado pra combinar com a tristeza que invade a mente.

Não sei se é mesmo tristeza. É diferente, é mais uma incerteza. Ou a certeza da impermanência da vida. De que talvez, o livro clichê estava com razão quando apregoou infinito dentro de dias limitados. Que deixa na memória o que ficou de bom.

Mas, talvez não seja o fim, propriamente dito. É a possibilidade de mudança que assusta, de bifurcações no caminho que podem levar a novos lares, pessoas e lugares. E chegando lá não seja nada disso.

Justo agora que parecia tudo tão bem, certo e encaminhado. Quando parecia que enfim o lar por tanto tempo procurado, estivesse aqui. Nesse sorriso lindo que me encanta a cada dia, num olhar carinhoso e safado, na presença silenciosa e presente.

Enfim, o que fazer é apenas retórica. O certo é esperar pra ver!

sábado, 20 de julho de 2019

Um dia especial

Sabe, eu não sou perfeito! Por muito tempo eu vivi atrás de não sei bem o que que poderia combinar com essa palavrinha que insiste sempre em rondar minha mente. Mas, sabe? Cheguei a um ponto que não dá mais pra fingir pra mim mesmo.

Há muito tempo o complexo de príncipe que haviam colocado em mim partiu. Já encarei cada defeito vindo lá do fundo que nem a face mais simpática poderia disfarçar! Posso ser rude, posso ser cruel, posso rir do coleguinha que tropeçou ao meu lado e, principalmente, poderia avaliar cada erro meu e seu.

Mas chega um ponto que a gente cansa. O olhar prescrutador que eu lançava ao redor era o mesmo - e talvez mais cruel - que eu lançava pra mim mesmo. E já não dá mais. A gente pode mais né?

E hoje, especialmente, é um dia que a gente deve expressar nossa luz, todo o amor que arde em nossos corações. A partir de mim mesmo! E sabe? Não posso ser perfeito...

Pelo menos não aqui.

Um dia...

Quando essa palavra não carregar tanta coisa negativa e rimar apenas com amor.

Quem sabe aí vamos entender o que é perfeição.

Mas agora, não quero mais isso pra mim nem pra você! Podemos apenas viver, não é verdade?

E, quem sabe, depois de hoje, construir um mundo melhor!

Pra mim, pra você, pra todos nós!

quinta-feira, 6 de junho de 2019

Novos caminhos da vida

Criar um novo caminho na minha carreira tem me deixado profundamente ansioso e com medo. Estou no limiar de tomar decisões que vão afetar minha vida por muitos anos e que espero, tenha um retorno negativo não apenas para minha vida, quanto para a vida de meus familiares mais próximos.

Inventar um trabalho tem mexido com diferentes áreas da minha, sobretudo, emocionalmente. É uma gangorra de sentimentos o tempo todo: momentos de excitação, ansiedade, medo, empolgação. Tem momentos que não são fáceis e, como todo velho bom padrão, acabo me vendo tocando de roda com o planejamento enquanto a inércia toma conta de mim.

Sou um ótimo planejador. Percebi nos últimos tempos que consigo compartimentar, segmentar, organizar e planejar. Mas, daí quando dou por mim, lá se foi a energia para REALIZAR! E, no final das contas é pra isso que se coloca um negócio no mundo né?

E é bom saber disso. Ter clareza de minhas limitações para que eu possa, a cada dia, trabalhar nelas e fazer o melhor possível, em meu ritmo, caminhando.

Fico feliz de perceber que estou perseguindo um sonho novamente. Fiquei por muitos anos vazio, sem propósito depois que me formei. E vejo que agora, tudo que aprendi, que conheci até aqui tem um propósito: criar um trabalho gostosinho, com a minha cara! 

Isso não é demais?


terça-feira, 30 de abril de 2019

Voltando a escrever

A escrita sempre foi uma de minhas paixões na vida e, se você está lendo isso, sabe que o blog sempre serviu quase como que uma sessão de terapia. Um meio de organizar os pensamentos e colocar um pouco do tumulto que tenho dentro da caixola pra fora.

E em tempos agitados como esse que estou vivendo agora, de algumas mudanças importantes e uma forte queda na realidade das coisas - sobretudo do meu papel na direção da minha própria vida - a escrita tem retornado como uma necessidade.

São vários insights sobre o modo como tenho levado as coisas até aqui e pra onde quero ir nessa nova fase que se inicia. Pela primeira vez, sinto que posso fazer as coisas com o coração e as quais eu vim aqui pra realizar. E não, não é nenhum sentimento megalomaníaco ou necessidade de admiração.

É que me escondi por tanto tempo atrás de crenças de que eu não era capaz, da ideia de dependência das pessoas e de um medo gigantesco, que agora que comecei a me firmar em minhas próprias pernas, tudo acontece tão rápido e de forma tão interessante, que nossa! Só escrevendo para lidar com tudo isso.

Será que esse lugar de fala vai se transformar num diário de um empreendedor em formação? Das aventuras que vou viver daqui em diante? Possivelmente! Até porque, sempre coloquei aqui as coisas que estavam em minha mente e coração, e o meu negócio é minha paixão! É o que eu sempre esperei fazer um dia, embora ainda não seja tudo que poderá ser!

E vamos lá! Tenho uma infinidade de coisas a fazer e a aprender!

Abraço!

sexta-feira, 26 de abril de 2019

O Poder da Ação

Anos atrás, quando eu comecei meu processo de autoconhecimento e a fazer terapia, cheio de dúvidas e caraminholas na cabeça, ouvi minha psicóloga dizer que eu pensava demais e precisava agir. Segundo ela, agir e colocar as coisas em movimento me fariam bem e ajudaria a lidar com a insegurança e com o medo, que ao fim, eram os sentimentos limitantes mais fortes com os quais eu lidava naquele momento.

Honestamente, naquele momento eu não dei muita bola para o que ela disse, até porque, eu estava confortável naquela posição de vítima, colocando a culpa da inércia da minha vida às dificuldades da vida, à família e ao universo! 

Quanta imaturidade, não é mesmo? Aos poucos, nos últimos quatro anos, fui tomando conta das rédeas da minha vida. Isso não quer dizer que sou completamente independente, fodão, que não precisa de ninguém. Muito pelo contrário. Nunca estive tão frágil quanto agora!

Mas, hoje tenho coragem de assumir meus medos e - o que é mais importante - entender que são medos. Que poderiam me limitar, como faziam no passado, mas, que hoje eu não tenho mais tempo para escutá-los, entende? Comecei a agir e sabe o que aprendi com isso? Que movimento REALMENTE atrai movimento!

Que mesmo não sendo fácil ter a vida que a gente sonha em ter, se a gente não assumir que vida é essa e começar a agir para criá-la, nada vai continuar acontecendo. E não, esse não é um papo de "Couch" motivacional. É só uma necessidade que veio com o tempo.

E o incrível em tudo isso é que, dia após dia, as desculpas que eu me dava para não crescer, para não caminhar com minhas pernas caem por terra, uma a uma. Pra você que me acompanha a um tempo entender do que estou falando, hoje estou terminando de organizar as coisas pra começar meu próprio ateliê de costura! E, creia, tenho total apoio da minha família!

Pois é! Como os pensamentos me limitaram por tanto tempo! 

Mas, vamos lá que a costura me aguarda!