Ser sensível é ao mesmo tempo um dom e uma maldição, digamos assim. É um dom maravilhoso porque tudo na vida se torna mais claro, mais nítido e fácil de ler. E exatamente por isso é uma maldição.
Em muitos casos é complicadíssimo perceber a dor do outro, identificar-se com ela e ainda ter a consciência de que você é - involuntariamente - a causa de tal ferida.
É um papel de algoz que segue literalmente a ideia da espada que corta para os dois lados, mas, veja bem, para o lado de quem ataca e de quem é atingido. E é assim, uma dor comum.
Essa sensibilidade traz também compreensão. Toda tristeza do mundo faz sentido, mas, toda beleza é profundamente mais bela porque ela é completa, se mostra em todo o esplendor das coisas que fazem sentido. Que são inteiras.
Mas é ao mesmo tempo o paradoxo: por muito sentir, ou por tudo sentir, é mais fácil estar só... Partilhar o sentimento do mundo, amores, alegrias, bênçãos e tragédias é um peso digno de Atlas... Quem sabe um pouco mais intenso.
Sentir é para corajosos, escolhidos e abençoados.
Eu sinto.
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