quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Transbordar

Estou há dois anos solteiro. Nesse período tenho procurado acima de qualquer coisa me conhecer mais e entender por que os relacionamentos anteriores não deram muito certo. Digo que não deram certo no sentido de que não continuam - além é claro de todo mimimi que vivo postando aqui - mas que serviram grandemente ao meu crescimento.

E tenho compreendido nesse tempo que o grande problema em tudo era que eu não me conhecia direito. Tinha o péssimo hábito de buscar nas pessoas algo que me faltava, sabe a necessidade de preencher um vazio que sabe lá Deus de onde veio?

E descobri, também nesse tempo, o que esse vazio realmente significa: a necessidade de criar e a necessidade de resgatar. Criar no sentido de fazer coisas com minhas próprias mãos. Sempre tive essa necessidade desde que me entendo por gente. Resgatar no sentido de reconstruir a relação que tenho com meus pais, compreendendo que somos os três pessoas autônomas, imperfeitas e que nessa altura do campeonato, somos completamente diferentes e independentes. E recobrar toda beleza que há nisso. E ser grato pelo cuidado no tempo em que este era necessário. 

Também entendi que eu tive uma grande dificuldade em estabelecer limites, misturando completamente minha vida com a da pessoa amada de forma que me sentia no controle da situação, quando na verdade, vivia a profunda carência que habitava meu ser.

Tudo isso parece, como disse no post anterior, que me sentisse como se tivesse endurecido com o tempo. Perdido mesmo minha capacidade de me sensibilizar com o romantismo e a entrega que me eram tão comuns antigamente. Mas, no fim acho que acabei por entender meus limites, meu ritmo e minhas necessidades.

E, espero me tornar uma pessoa melhor com o tempo para quem sabe um dia, conhecer alguém que me transborde e leve a outro nível de relacionamento e parceria.

Por enquanto, vou continuar a faxina interna que está se intensificando nos últimos dias.

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