domingo, 6 de julho de 2014

E a culpa é... de ninguém!

Hoje assisti ao tão comentado filme "A culpa é das estrelas". Lindo, fofo e que me fez chorar horrores (sair da sala de cinema em todas as sessões, dizem, é observar todo mundo se recompondo). Mesmo com um olhar um pouco mais crítico, que encontrou alguns pontos complicadinhos no filme, a história do casal adolescente me fez refletir alguns pontos importantes.

O primeiro dele, e o mais óbvio devido ao tema tratado, é a questão da finitude da vida. Viver não é fácil, mas, lidar com a morte em nossa sociedade que preza tanto a beleza, a juventude, o vigor físico e a saúde, não é tranquilo. Eu mesmo me deparei com essa questão muito tarde em minha vida quando perdi meu avô... No entanto, esse ponto especificamente mexe com uma série de questões, que compartilho com a protagonista, em sua curiosidade sobre o depois: O que será do mundo quando eu partir? Como as pessoas que eu amo ficarão?

Esses dois questionamentos nos levam então, ao segundo ponto: que papel nós representamos na vida das pessoas que nos cercam. Esse ponto é fundamental em minha vida atualmente, quando, para tomar um rumo eu tenho que considerar as consequências de minhas ações para cada membro da minha família, da minha avó ao meu primo caçula. Compartilho aqui da angústia da protagonista, que teve uma cena belíssima com a mãe, quando percebe que ela procurou uma forma de se ocupar e novos sentidos para sua vida, ante a possibilidade de deixar de ser mãe com a morte de Hazel.

Somos muito egoístas, ou melhor, não tem como não sermos egoístas, uma vez que nossa visão do mundo está profundamente ligada a essa questão do eu. Não tem como existir o mundo e todas as coisas se eu não estiver observando e percebendo tudo do lado de cá. Então, nada mais natural a ideia da finitude causar tanto estranhamento e angústia em algumas pessoas.

Outro ponto muito importante que o filme me fez pensar foi a questão da projeção: o quanto projetamos nossas angústias e incapacidades nas pessoas que nos cercam. Isso muitas das vezes faz com que subestimemos nossos queridos e sua força em enfrentar situações complicadas ao nosso lado. Por outro lado, por mais que o sofrimento seja uma "escolha" como retratado no filme, eu ainda tenho uma longa estrada até conseguir mediar o livre arbítrio alheio com a dor de ver a pessoa amada sofrendo por minha causa.

Nessa questão, o filme trouxe uma frase que nunca vai sair da minha cabeça: Já que seremos feridos, pelo menos que seja possível escolher por quem!

Por fim, o amor e o lugar ocupado por ele em nossas vidas, e aqui incluo o amor próprio. Sentimento extremamente complexo e que me deixa muito confuso. Nunca sei quando é ele, as vezes ele se esconde e volta nos momentos mais inoportunos. Mas, como no filme, ele sempre vale a pena.

E acredito ser essa a maior lição dessa história de amor: que por mais que hajam infinitos maiores e menores, não há dúvidas de que o amor é necessário e, mesmo durando pouco, eterno.

Porque boas lembranças ficam, o aprendizado da experiência enriquece e o amor sempre vale a pena. Enquanto der, enquanto valer a pena, enquanto eu viver.

E, como no filme, mesmo que a pessoa que eu mais amei no mundo tenha saído da minha vida, já valeu a pena porque ele foi a pessoa mais importante pra mim por um período lindo da minha vida.

Abraços!

Nenhum comentário:

Postar um comentário