E seus dias eram mais coloridos que o arco íris e a caixa de
lápis de cor de quarenta e oito cores. Sua mente não parava um instante
sequer... A vida passava inteira diante de seus olhos e recomeçava,
diariamente.
Queria crescer, ser livre, desinquieto de natureza.
Considerava-se cidadão do mundo. Do universo. A realidade das coisas era seu
lugar.
Era imenso como o infinito e mais profundo que os oceanos de
Júpiter, caso existissem. Era tudo e nada ao mesmo tempo. Reflexo perfeito
daquele que o criara. Existia apenas para a imaginação. A fé era sua matéria.
Muito antes do tempo já criava. E com o tempo menino,
grandes eram suas peripécias. Nada havia além de si, de sua vontade e da força
que é a criação em essência. Por isso a novidade lhe era tão cara. E a vida,
intensa, tão importante.
Por isso, sua realização se fazia na estrada. Tocando o
mundo com os olhos e sentindo na pele o vento alheio. Ali achava sua
felicidade. Sendo ninguém, alguém, diferente, inconstante, estranho. Belo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário