Algum tempo atrás, li a história de um principezinho que viva em um pequeno planeta com uma rosa. Ele acreditava que, quando cativamos alguém, nos tornamos eternamento responsáveis pela pessoa. Essa história não fazia muito sentido para mim, até aquele dia.
Chegava de uma das primeiras viagens à cidade de São Paulo e, como bom garoto do interior, trazia no peito um encantamento e uma paixão que apenas esta inexplicável cidade pode provocar. Na bagagem trouxe um compromisso, que pensava em faltar: você que acabara de me adicionar na rede social mais famosa da época, e de alguma forma se encantara, me convidava para sair.
Estava rouco. Praticamente sem voz. Porém, movido por aquele sentimento que apenas os grandes encontros trazem e que, racionalmente, somos incapazes de compreender, fui ao seu encontro. Até porque sou curioso e, ainda, um yakissoba naquelas frias noites de fins de julho, motivavam fortemente.
Eu usava marinho. Eu carregava em meus olhos a intensidade de quem acabava de descobrir um mundo. Mal sabia que cores mais interessantes estavam por vir.
Chegando ao local combinado, fui caminhando displicente, olhando as vitrines que seriam um costume tão nosso. Jamais faria aquele caminho da mesma forma, tal o famoso rio da metáfora. Em meu retorno por aquele mesmo corredor, era outro. Para sempre.
Você estava de pé. Usava aquela blusa em tons de azul claro e seus óculos refletiam alguma luz, impedindo-me de ver seu olhar. Mas, havia seu sorriso.
Aquele sorriso significava muitas coisas. Era a identificação, a ansiedade pela descoberta, sua pureza. Pela primeira vez vi ele mudar de lado. Pela primeira vez, nosso encontro teve esse efeito sobre você. Maior efeito teria sobre mim.
Penso que, naquele momento, todas as células do seu corpo gritavam: -É ele! Não, não é arrogância de minha parte. Foi isso mesmo que senti. Meu coração se enchia pela primeira vez de um calorzinho gostoso e aquela imagem que tínhamos, tão nossa se formou: surgia ali meu porto seguro.
Era você. Confesso que não o reconheci logo de cara, mas, não haveria desencontro. Seu sorriso foi meu guia e, não importava como, eu sentia que precisava me aproximar. Afinal, era você.
E sempre será.
<3
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