Desde que comecei a estudar o movimento LGBT sob a perspectiva da história, me debato sobre essa questão sem, ainda, chegar a um consenso.
É fato que, cada homossexual passa pelo processo de construir sua identidade, como todo ser humano, pautado pelas questões (ou dificuldades) a ele atribuídas graças à sua orientação sexual diferente. Mas, com toda certeza, ele não baseia sua identidade apenas nessa característica.
Porém, as vezes vejo por aí, entre nós mesmos, pessoas que supervalorizam a questão e que, ao meu ver, caem no estereótipo. Acaba comprando e vendendo a idéia (e o que é pior a imagem) de que gay é hipersexuado e que tem que ser assim.
Eu particularmente não concordo com esse fato. Ninguém é uma coisa só, por mais que nossa sexualidade seja característica definidora de acesso à direitos e, peso de medida para o respeito que recebemos.
Como já postei aqui anteriormente, acho um absurdo a postura que tomamos ante o evento que deveria ser o principal em nossa luta pela igualdade...
Não estou aqui querendo ser puritano, dizer que não gosto de sexo. Gosto, como todo adulto saudável. Mas, o sexo não é a coisa mais importante na minha vida e nem pode vir a ser. Quem me acompanha por aqui sabe que, na verdade, sair desse estereótipo é uma das minhas maiores lutas. Por que é essa a referência mais forte quando a gente se descobre homossexual.
Porém, atualmente outras coisas me ocupam a mente, como a necessidade de estabilidade emocional e o desejo de um relacionamento verdadeiro e duradouro. Esses sim, elementos indispensáveis à maturidade.
Também, não gosto da postura de algumas pessoas que se utilizam de nossa pretensa liberdade para extravazar certas características. Não acho que nossa condição de luta constante por direitos nos dê liberdade para falarmos tudo que vier a telha e para colocar a baixo todos os limites necessários à convivência em sociedade.
Uma coisa tenho certeza, minha sexualidade não pode superar minha personalidade... Acho que essa é a maior luta que nós gays enfrentamos, tanto interna, qnto externamente!
E fujamos dos estereótipos!
Infelizmente o gay é visto como sinonimo de sexo...
ResponderExcluirAcho isso cumulo...
Falou incrivelmente bem, assino em baixo meu amigo
ResponderExcluirAcho que todo mundo nesse processo de formação de identidade tem o direito de se identificar e recorrer ao estereótipo. Não é apenas uma alternativa, como uma alternativa palpável, e ao meu ver, válida.
ResponderExcluirNão acho que há coisa alguma errada em seguir um estereótipo. Acho que errado são as pessoas que se valem dele para julgar uma maioria, como quem julga que todo gay é promíscuo. Não acho que a solução seja que os gays promíscuos deixem de ser, mas que quem seja se mostre assim, e quem não seja se mostre do jeito que é.