quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Não sou interessante...

Não sou interessante. Me esforço pra ser simpático e tal, mas, o que há de melhor em mim ninguém consegue conhecer num primeiro contato.
Sou tímido no primeiro encontro e vou me tornando intenso com o passar do tempo. Em alguns dias você verá a transformação do passarinho acuado em uma águia observadora e veloz, que com um simples olhar enxerga dentro de sua alma.
Não quer dizer que eu realize julgamentos. É que desde que me entendo por gente, em especial a partir do momento que fui aceito no círculo de conversa dos adultos, as pessoas despertam diversos sentimentos em mim. Talvez por isso, eu tenha essa dificuldade de me soltar quando estou conhecendo alguém... Não que eu aparente ser uma criança tímida que praticamente se enrola na barra da saia da mãe, essa fase já passou, mas, pq eu não deixo aparecer o que há de melhor em mim.
Eu sei que isso é normal, que só conhecemos realmente as pessoas com o tempo. Mas, também, conheço a sociedade em que vivemos, na qual temos a sensação de, após ler os perfis no Twitter, Facebook, Orkut, HI5 e cia, conhecer um pouco de seus donos, e nos esquecemos completamente do quão importante são o tom de voz, os gestos e o olhar.
Não temos tempo pra sermos interessantes. Nosso espaço se restringe cada dia mais a poses forçadas e a belezas forjadas à base de photoshop e similares. A realidade é cada vez mais virtual e muita gente não se lembra mais como começar uma nova amizade, a não ser com os clássicos: "Oi! Quer teclar?"
No caso dos gays, já passamos logo para as preferências sexuais do semidesconhecido e pulamos a delícia de todo o processo para a voluptuosidade da cama... Fazer o que? Mal de nosso tempo.
Pensando em tudo isso vejo que realmente não sou interessante e jamais quero ser. Não estou dizendo também que nunca perguntei se alguém era ativo ou passivo no bate-papo pq também não sou santo, mas sei bem que preciso de realidade. Conversas virtuais não me despertam sentimentos, e sem esses sentimentos não posso definir o grau de verdadeira afinidade com alguém.
Preciso de algo real... Por isso, não vou me tornar interessante!
Da margem é mais fácil ter uma boa noção do todo...

2 comentários:

  1. Timidez é boa por isso: quando você encontra alguém pra se abrir (ui!), é uma maravilha, tanto pra você, quanto pro alguém, ^^

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  2. Oi rapaz, nossa, me identifiquei em muitos trechos do seu texto. Eu não me incomodo tanto com a rede mundial de computadores, até mesmo porque eu não vejo como um mundinho totalmente inventado, para mim ela é apenas uma outra dimensão do mundo material. Com relação as amizades virtuais, incomoda enquanto elas permanecem virtuais.

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